A Unidade Escolar Eduardo Ferreira, em Amarante, iniciou na última semana um abaixo-assinado na tentativa de impedir que alunos da escola sejam remanejados antes do encerramento do período letivo, conforme determinação da Unidade de Gestão e Inspeção Escolar (UGIE – SEDUC-PI). A medida, segundo a Direção da instituição, irá prejudicar os alunos que estão com o período letivo já iniciado.
De acordo com o ofício UGIE Nº 40/2019, as mudanças iniciam com a transferência do CEJA Otacília Ramos, em frente ao Polivalente, para o colégio Eduardo Ferreira, antes da finalização do período letivo. Segundo o documento, os alunos do Eduardo Ferreira deverão ser transferidos para a Unidade Escolar Antonio Castro, passando a instituição de ensino a ser denominada de ‘CEJA Eduardo Ferreira’.
A iniciativa, segundo o ofício, foi colocada como uma reorganização da Rede Estadual de Ensino.
“Nesse sentido, a Unidade de Gestão e Inspeção Escolar determina: a desativação do CEJA Otacília Ramos e remanejamento dos alunos para o prédio da Unidade Escolar Eduardo Ferreira, que passará a funcionar com a denominação CEJA Eduardo Ferreira”, diz o ofício UGIE Nº 40/2019 encaminhado à Diretoria da escola.
O documento enviado à escola trata também da necessidade de fazer a adequação na plataforma de gestão administrativa e pedagógica do Governo do Estado, iSeduc. “Para viabilizar esse processo, a 6ª Gerência Regional de Educação e a gestão do CEJA Otacília Ramos deverão adotar as providências necessárias à conclusão do semestre letivo: a remoção de equipamentos, mobiliários, a organização da transferência formal dos alunos para o CEJA Eduardo Ferreira com respectivo acervo da vida escolar e efetivar a prestação de contas dos recursos gerenciados pela escola com encerramento legal junto à Receita Federal na unidade executora, além de promover as adequações para a mudança da razão social, especialmente as regimentais no Conselho Escolar e Unidade Executora do CEJA Eduardo Ferreira.”
O coordenador pedagógico da Unidade Escolar Eduardo Ferreira, João José dos Santos Filho, assegura que é à favor das mudanças, desde que elas aconteçam sem comprometer o período letivo dos alunos.
“Iniciamos esse abaixo-assinado para que houvesse o tempo devido para essas mudanças propostas. Caso contrário, haverá prejuízos nas questões pedagógica e trabalhista, pois o remanejo vai provocar o fechamento de seis salas de aula com aproximadamente dez professores perdendo suas salas”, afirmou.
João Filho enfatiza dizendo que o abaixo-assinado precisa representar não somente a escola, mas a comunidade escolar de Amarante. “Com a determinação, haverá mudanças na razão social da instituição, alunos sairão de suas escolas, turnos irão mudar, precisará de adequações de pais de alunos e profissionais, haverá demissão de professores, comprometendo também o contingente de zeladores, vigias e secretários, pois a maioria é de servidores contratados.”
A necessidade do afastamento dos servidores, segundo o coordenador, precisa acontecer naturalmente, e não ser provocada.
“É necessário que a Seduc e a 6ª Gerência Regional de Educação (GRE) se planeje, pois, mesmo que o intuito seja uma contenção de gastos, a decisão precisa ser pensada”, finalizou.
O Somos Notícia entrou em contato com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí (Sinte-PI), mas a entidade e alguns professores da Rede Estadual de Ensino não se pronunciaram sobre o assunto.