Em um cenário de juros altos e de contração do crédito, muitos brasileiros têm recorrido a outras modalidades para fazer financiamentos. Mais especificamente uma delas, aliás: os tão procurados consórcios, em que um grupo adquire um bem – geralmente de alto valor, como imóveis ou veículos – e divide o montante da compra entre as pessoas envolvidas.
Para se ter uma ideia, dados do Google coletados e analisados pela fintech de empréstimos FinanZero mostram que as buscas online pela palavra-chave “consorcio casa” aumentaram cerca de 100% entre junho de 2022 e o mesmo mês deste ano.
O crescimento do interesse, de toda forma, não se restringiu aos consórcios imobiliários. Isso porque, no intervalo de um ano, as pesquisas relacionando o tema à busca por um automóvel também tiveram um aumento significativo de 36,2%. É uma taxa maior do que a das buscas por motocicletas, por exemplo, que foi de apenas 2,6% do ano anterior para cá.
São números que ilustram, de fato, o que tem acontecido na prática: segundo o relatório da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), tal mercado movimentou quase R$ 90 bilhões nos quatro primeiros meses do ano – uma alta de 20,5% na comparação com o mesmo período de 2022.
Para o diretor de operações da fintech, Rodrigo Cezaretto, os dados mostram o interesse das pessoas pelo modelo não tradicional de compra que o consórcio pode possibilitar.
“No consórcio, uma administradora reúne as pessoas interessadas em comprar o bem, determina um prazo e o valor das parcelas que serão pagas pelos participantes e organiza os sorteios das cartas de crédito. Quando isso acontece, o contemplado usa o recurso para fazer a aquisição à vista”, explica ele. “É uma alternativa muito interessante para quem tem menos urgência em comprar o bem, como pessoas que estão se planejando agora para comprar a casa própria daqui alguns anos”, destaca Cezaretto.
Quem tem solicitado consórcios no Brasil em 2023?
De forma similar ao perfil de quem realiza pedidos de empréstimos à FinanZero, parte dos solicitantes de consórcio à fintech nos cinco primeiros meses do ano não é celetista (54%), mas homens e mulheres com negócios próprios ou vínculos trabalhistas mais flexíveis.
Se o primeiro dado não causa tanta surpresa, o que chama atenção é que a maior parcela (75%) é constituída por pessoas solteiras – o que, para Rodrigo Cezaretto, explica a própria busca por consórcios de imóveis no Google. “São pessoas que estão planejando o casamento ou saindo da casa dos pais e, para isso, querem avançar na direção da aquisição de uma casa ou de um apartamento”, analisa.
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Isso reaparece ainda no fato de mais de 80% dos consórcios solicitados envolverem montantes acima de R$12 mil e, principalmente, na faixa etária dos solicitantes: cerca de um terço deles estão abaixo dos 25 anos. “É uma faceta que o sistema deve levar em conta na hora de criar produtos financeiros como os consórcios”, finaliza ele.
Sobre a FinanZero
Fundada em 2016 visando facilitar a busca por empréstimo online, a FinanZero é um correspondente bancário online. A partir do perfil do cliente, a fintech busca por empréstimos com instituições financeiras parceiras e envia propostas pré-aprovadas para ajudar na comparação de melhores condições de crédito.
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