Last updated on 14 de novembro de 2025
A Operação Macondo, deflagrada nesta terça-feira (11) pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), focou na repressão à agiotagem estrangeira no Piauí, alcançando a cidade de Água Branca. O esquema, que oferecia empréstimos com juros abusivos, resultou no bloqueio judicial de R$ 5 milhões em contas ligadas aos investigados.
O grupo criminoso, formado majoritariamente por estrangeiros, contava com a participação de colombianos e venezuelanos. Eles atuavam em diversas cidades do Piauí, como Teresina, Parnaíba, Oeiras, Barras, Picos e Água Branca, sendo 13 pessoas presas.
O delegado Yan Brayner, diretor de Inteligência da Polícia Civil, explicou que o esquema financiado com recursos da Colômbia no Piauí funcionava como uma “franquia”. Os estrangeiros cooptados recebiam suporte total, incluindo moradia, transporte e alimentação para atuar em território nacional.
“Eles já eram cooptados para fazer essa atividade específica aqui. O dinheiro vinha da Colômbia, era disponibilizado para os agiotas colombianos e venezuelanos aqui e esses repassavam para pequenos comerciantes que infelizmente não têm acesso ao crédito formal em instituições financeiras”, explicou o delegado.
Os empréstimos eram oferecidos a pequenos comerciantes e trabalhadores informais que não conseguiam acesso a crédito formal. Os juros cobrados ultrapassavam 30% ao mês. Os serviços eram divulgados por meio de cartazes e panfletos afixados em zonas comerciais.
De acordo com a polícia, o controle dos empréstimos era feito em pequenos cartões, com valores que podiam começar em R$ 200 e pagamentos diários. O delegado Brayner afirmou que a cobrança era marcada pelo emprego de “violência e grave ameaça”.
As vítimas sabiam das consequências do não pagamento, que incluíam a destruição da banca do feirante ou a subtração dos produtos que estavam à venda. Há relatos de desaparecimentos e suicídios de pessoas que não conseguiram quitar as dívidas, segundo as investigações.
A operação resultou no cumprimento de 15 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão. A polícia pretende ampliar as investigações para identificar os principais financiadores do esquema e não descarta a possibilidade de que o dinheiro usado nos empréstimos seja oriundo do tráfico de drogas.
Com informações do site Cidade Verde
Compartilhe este post
