As câmeras do Observatório do Pico dos Dias, na cidade mineira de Brazópolis, registraram um meteoro brilhante na noite dessa segunda-feira (4), às 23h37. O coordenador do observatório, Saulo Gargaglioni, explica que esses eventos são comuns, mas o registro deles com nitidez é difícil. O equipamento usado nesse registro, por exemplo, faz captações a cada 30 segundos, e conseguiu focar o exato momento da entrada do fragmento na atmosfera.
Gargaglioni destaca que efeitos brilhantes, com a entrada de fragmentos na atmosfera, ocorrem diariamente, mas não são registrados se a entrada for durante o dia ou em regiões isoladas. A poluição luminosa, que é a iluminação artificial mal planejada das cidades, também compromete o registro que pode ser feito de estrelas e meteoros.
Uma das câmeras que fez a foto é do modelo allsky, porque consegue captar todo o céu para cima, com uma lente olho de peixe. “A imagem dessas câmeras combinada com a imagem de outras câmeras do programa de monitoramento de meteoros da rede Exoss, em parceria com o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), pode determinar a trajetória, altura, velocidade e o possível local que esse meteoro pode ser caído”, explica o coordenador.
Gargaglioni destaca que o LNA irá instalar novas câmeras que vão melhorar “a cobertura do monitoramento de meteoros para análise mais apurada dos dados coletados desses objetos”. Ele aponta que câmeras posicionadas a 60 quilômetros podem oferecer informações detalhadas, a partir de cálculos matemáticos, desses meteoros.
De acordo com o observatório, o meteoro é um evento luminoso que ocorre quando um fragmento que vem do espaço atravessa a atmosfera da Terra e se desintegra durante a passagem, causando o brilho visto no céu durante a noite. Meteoros brilhantes, como o que foi fotografado, são chamados de bólido. Os fragmentos que forem coletados no solo da Terra são chamados de meteorito.
“Qualquer pessoa com uma câmera de segurança apontada para o céu pode participar desse programa de monitoramento de meteoros e o pessoal que faz as avaliações podem dar suporte e até cursos para pessoas fazerem essa parceria junto com essa comunidade de astrônomos profissionais e amadores”, convida o coordenador. Mais informações estão disponíveis no site do LNA.
Edição: Valéria Aguiar
Fonte: EBC Geral
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