O silêncio
não é uma invenção
de traficante
ou de poeta.
Também não se mostra
como possibilidade
plena de vivência,
já que a consciência
toca manadas
de rumores
em marchas
insones.
A voz não cessa
enquanto há
memória
(mesmo surda,
mesmo muda)
e o silêncio
não nasce
de um útero
sem signo.
Portanto,
é uma aspiração
do nada
após
o existido,
e que
só conseguiria
plenitude
se ele
(o silêncio)
assumisse
o inexistente
na forma
e no nome.
Quem inventou o silêncio
assim o fez
(suponho eu)
diante da face
sedutora da recusa,
e conheceu
(assim como eu)
a difícil arte
de manusear
o anseio por significação.
Até ele
(o silêncio)
nasceu
da relação
com o outro,
já que
de outro modo,
não nos serviria
nem para calar.
Nathan Sousa
Um dos poemas vencedores (3º lugar) do PRÊMIO ASSIS BRASIL
Nascedouro
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