O sonho é gigante. Complicado. Passa por deixar para trás uma campeã olímpica. Com apenas 22 anos, é difícil esperar que um atleta atinja tal maturidade. Que tenha uma fala tão firme. Mas Nathália Brígida, de 22 anos, esbanja confiança. E ela traçou uma meta. Pretende superar a amiga e rival Sarah Menezes, ouro em Londres 2012, e carimbar a vaga no peso ligeiro (até 48kg) nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
Convocada para defender o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, justamente no lugar da piauiense, a menina de Atibaia, interior de São Paulo, quer “confundir” de vez a comissão técnica da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) com um pódio no Canadá. Tudo para seguir seu plano.
“Estou em uma categoria que tem a campeã olímpica, mas levo isso como uma motivação a mais. Tenho uma pessoa que está no auge, conseguiu o que todo atleta quer. E ela quer manter isso. É uma motivação para eu treinar mais ainda e correr mais ainda atrás do meu objetivo. Estou brigando por essa vaga nos Jogos de 2016, consegui essa convocação para o Pan-Americano e vejo tudo isso como saudável para mim. Não vejo como uma pressão substituir a Sarah representando o Brasil e sim como uma forma positiva para a minha carreira. Quero ir ao Rio”, garante Nathália, firme nas palavras após decidir para o país o Desafio Internacional contra o Equador.
Nathália Brígida (foto: Divulgação/IJF)
Seu feito seria gigante. Mas é complicado. Hoje, Sarah Menezes é a titular do Brasil. Além do título olímpico, segue entre as melhores do mundo, apesar de ter começado de forma muito irregular a temporada de 2015. A judoca do Piauí é a terceira colocada no ranking mundial, com 1.835 pontos. E na competição mais importante de 2015, o Mundial de Astana, no Cazaquistão, em agosto, não tem pontos para defender caso seja a escolhida pela CBJ, pois caiu no primeiro combate no Mundial do ano passado, em Chelyabinsk, na Rússia.
Já Nathália é a 22ª do mundo com 816 pontos. A Confederação Brasileira de Judô garante que o planejamento da comissão técnica é trimestral e que não há uma planilha de convocações definidas desde já para todos os torneios até 2016. Mesmo com a distância e com a possibilidade de Sarah disputar competições mais importantes na temporada, Nathália encontrou uma forma de manter seu foco: esquecer Sarah Menezes.
“Eu não fico pensando na Sarah, e sim na minha vaga, na minha disputa para conseguir os Jogos Olímpicos. Se não tivesse a Sarah, seria difícil do mesmo jeito. Aqui no Brasil é muito disputado. A briga é grande. Várias categorias têm duas, três atletas. Não é só porque tem a Sarah… A caminhada é difícil, estou bem nas competições e quero mostrar meu talento”, diz Brígida.
O Pan-Americano que Nathália disputa não entra no ranqueamento para 2016. Assim, nem um ouro em Toronto a colocaria mais próxima da rival. De qualquer forma, a garota que deixou a casa dos pais aos 17 anos para morar em Belo Horizonte sozinha e defender o Minas Tênis Clube, quer aproveitar da melhor forma possível a chance. Um pódio a deixaria ainda mais em evidência e mostraria que a escolha do gestor de alto rendimento Ney Wilson, e da CBJ, não foi errada.
“Minha cabeça está focada nos Jogos Pan-Americanos. É importante para mim. É meu primeiro Pan e é um evento multiesportivo. Uma forma que nunca competi, uma estrutura que nunca vivenciei. Vai ser muito importante”, explica a menina.
Ney Wilson mantém a briga em aberto. A CBJ optou por Brígida em Toronto por motivos claros. O momento de Sarah, apesar do título no Pan da modalidade, em Edmonton, no Canadá, não é tão bom. Abriu-se aí uma oportunidade para dar experiência a um novo talento.
“A Sarah teve um início de temporada irregular, apesar de ter sido campeã pan-americana. A gente identificou algumas falhas no planejamento das ações do treinamento dela e achamos mais prudente ela ficar fora do Pan de Toronto. Os Jogos Pan-Americanos são um evento que tem muita visibilidade, mas não é um evento de ranqueamento. Então o foco maior é no Campeonato Mundial. Preferimos tirar a Sarah, já que a gente tinha uma segunda opção muito boa, que é a Nathália. Ela precisa ganhar rodagem. É uma atleta que vem crescendo na temporada. Criar competitividade dentro da categoria é muito bom. O atleta estar absoluto sentado na posição de titular é ruim para o Brasil. Isso aí é para todos” garante Ney.
Fonte: Globo Esporte
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Judoca de São Paulo pretende superar Sarah Menezes e garantir vaga nas Olimpíadas de 2016
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