Tóquio está tentando fortalecer suas alianças em meio à tensão elevada na Ásia-Pacífico sobre a Coréia do Norte e Taiwan.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, assinarão um novo acordo para aprofundar os laços de segurança, incluindo o compromisso do Reino Unido de enviar um grupo de ataque de porta-aviões para o Indo-Pacífico em 2025.
O chamado “Acordo de Hiroshima” também cobrirá comércio e investimento, colaboração em ciência e tecnologia e iniciativas conjuntas para enfrentar questões globais como a mudança climática, de acordo com um comunicado do escritório de Sunak divulgado antes da assinatura em Hiroshima na quinta-feira.
“O Acordo de Hiroshima nos permitirá intensificar a cooperação entre nossas forças armadas, desenvolver nossas economias juntas e desenvolver nossa expertise em ciência e tecnologia de ponta”, disse Sunak. “Isso marca uma próxima fase emocionante na parceria florescente do Reino Unido e do Japão.”
Sob o acordo, o Reino Unido implantará seu Carrier Strike Group no Indo-Pacífico em 2025 e dobrará o número de tropas nos próximos exercícios militares conjuntos.
Os dois países também concordarão com uma “Cláusula de Consulta” formal, sob a qual o Reino Unido e o Japão se comprometem a consultar um ao outro sobre importantes questões de segurança regional e global e considerar medidas em resposta.
Londres e Tóquio estão estreitando laços em meio a tensões elevadas na Ásia-Pacífico sobre o avanço do programa de armas da Coreia do Norte e as posições cada vez mais assertivas da China em questões como Taiwan e o disputado Mar do Sul da China, que reivindica quase em sua totalidade.
Em janeiro, o Japão anunciou planos para fortalecer os laços de segurança com os Estados Unidos em meio a preocupações com a China, que os dois países disseram representar uma ameaça “sem precedentes” à ordem internacional. O Japão também faz parte da aliança de segurança Quad com a Austrália, a Índia e os EUA.
O Japão e o Reino Unido realizarão os exercícios militares conjuntos das Ilhas Vigilantes no Japão ainda este ano. É a quarta vez que os exercícios estão sendo realizados e cerca de 170 militares do Reino Unido estão programados para participar, incluindo 1 Royal Gurkha Rifles e 16 Air Assault Brigade.
O porta-aviões HMS Queen Elizabeth do Reino Unido e sua flotilha de navios da Marinha Real fizeram sua viagem inaugural para a região em 2021, viajando pela Índia, Cingapura e Mar da China Meridional para a Coreia do Sul e o Japão.
Em 2025, espera-se que a frota trabalhe ao lado das Forças de Autodefesa Japonesas e outros parceiros regionais “para ajudar a defender a paz e a estabilidade no Indo-Pacífico”, disse o comunicado.
O novo acordo também incluirá programas de ciência e tecnologia para apoiar a colaboração Reino Unido-Japão entre universidades e empresas, o rápido desenvolvimento de tecnologias verdes e uma parceria de semicondutores.
Sunak deve chegar a Tóquio na quinta-feira e se reunirá com os principais líderes empresariais japoneses em Tóquio.
O Reino Unido tem procurado aprofundar relações com países fora da Europa depois de deixar a União Europeia, o maior mercado único do mundo.
Com informações do site Al Jazeera
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