Uma das chaves para a computação quântica é a rede. Ter um computador com grandes capacidades para cada empresa ou entidade que dele necessite é inviável, mas reproduzir o atual esquema de computação em nuvem, com acesso a bases de dados distribuídas pelo mundo, torna viável a democratização e ampliação deste sistema novo sistema de processamento. O chefe de computação quântica da IBM, Jay Gambetta, anunciou na terça-feira que sua empresa, que compete na corrida com outras gigantes como Google, Microsoft, Intel e Amazon, instalará o primeiro data center quântico europeu com processadores de mais de 100 qubits em Ehiningen , Alemanha.
O objetivo do complexo, que entrará em operação no ano que vem, é dar acesso à tecnologia útil de computação quântica para empresas, instituições de pesquisa e órgãos governamentais. Um exemplo dessas aplicações é o acordo entre a IBM e a Moderna biotech, pioneira em terapias de RNA mensageiro (mRNA) e vacinas, como a desenvolvida contra a covid, para usar computação quântica e inteligência artificial nessa ciência que salvou o mundo. mundo pandêmico.
Ehningen já tem uma Cidade Quântica há três anos, onde foi instalado o primeiro computador comercial com este sistema na Europa, o IBM Quantum System One. O segundo europeu será concluído em San Sebastián, também no próximo ano, pela mão de Ikerbasque (Fundação Basca para a Ciência) Existem outros quatro nos Estados Unidos, Japão, Canadá e Coreia do Sul.
O centro servirá a região européia da IBM Quantum e todos os dados de trabalho serão processados dentro das fronteiras da UE. A instalação será a segunda no mundo com essas características, depois do complexo da empresa em Nova York (EUA). “O objetivo é aproveitar o poder da computação quântica para resolver alguns dos problemas mais desafiadores do mundo”, disse Jay Gambetta, vice-presidente da IBM Quantum. O gerente da multinacional explicou que a capacidade de processamento acima de 100 qubits é essencial, já que um potencial menor não traria uma vantagem significativa sobre os sistemas de computação convencionais. O processador será o Eagle de 127 qubits.
“O objetivo é aproveitar o poder da computação quântica para resolver alguns dos problemas mais desafiadores do mundo”
Jay Gambetta, vice-presidente da IBM Quantum
A rede quântica desta empresa tem mais de 60 organizações europeias que possuem dispositivos e programas, entre os quais a Universidade Bundeswehr, Deutsches Elektronen-Synchrotron (DESY), E.ON, a Organização Européia para Pesquisa Nuclear (CERN), Fraunhofer-Gesellschaft, Poznan Supercomputing and Network Center (PSNC) e Sistemas T. O IBM Quantum e o programa de software livre Qiskit são usados em mais de 100 classes universitárias na Europa.
Um dos exemplos mais promissores do uso da tecnologia quântica e da também emergente inteligência artificial (IA) generativa é a biomedicina, onde a capacidade e a velocidade de cálculo de novos sistemas podem reduzir os tempos de desenvolvimento de medicamentos. “Aproveitamos as inovações para proporcionar o maior impacto possível nas pessoas por meio de medicamentos de mRNA”, diz Stéphane Bancel, CEO da Moderna.
Biomedicina
“Estamos testemunhando uma revolução no mundo da computação, impulsionada pelos extraordinários avanços da IA e da computação quântica. Isso permite que os cientistas entendam melhor como as moléculas se comportam e como podem facilitar a criação de outras totalmente novas”, acrescenta Darío Gil, vice-presidente sênior e diretor de pesquisa da IBM.
A maioria dos modelos moleculares requer cálculos e medições em três dimensões de uma molécula para prever com precisão muitas de suas propriedades. Essas informações podem ser obtidas por meio de simulações ou experimentos de laboratório, mas é um processo imperfeito e caro que pode levar meses ou anos. Atualmente existem estruturas detalhadas de milhões de moléculas, mas existem bilhões que podem fornecer uma solução para as doenças mais mortais.
Uma investigação liderada pelo espanhol César de la Fuente, Prêmio Princesa de Girona de Pesquisa Científica em 2021 e professor de bioengenharia da Universidade da Pensilvânia (EUA), descobriu 2.603 peptídeos (moléculas formadas por aminoácidos) com funções biológicas não relacionadas ao sistema imunológico e que, no entanto, possuem atividade anti-infecciosa. A pesquisa, publicada na Natureza Engenharia Biomédica, recorreu à inteligência artificial para localizar neste enorme e desconhecido campo de proteínas os péptidos com capacidade para atacar bactérias patogénicas, modular aquelas com funções básicas na colónia intestinal (microbioma) e com potencial anti-infeccioso.
A Moderna experimentará o MoLFormer, um modelo baseado em IA da multinacional Ele ajuda a prever as propriedades de uma molécula e as características de potenciais drogas de mRNA. A Moderna aplicará esse modelo para otimizar nanopartículas lipídicas que encapsulam e protegem mRNA e instruções para células atuarem em infecções, imuno-oncologia, doenças raras, cardiovasculares e autoimunes.
É apenas um dos exemplos mais relevantes da confluência de computação quântica e inteligência artificial, mas é um campo enorme que vai desde finanças ou segurança na internet até melhoria de processos industriais ou corrida espacial.
Mas isso requer networking, uma corrida em que estão envolvidos todos os gigantes dos serviços de informática. “Estamos construindo os elementos que permitem conectar computadores quânticos, como um repetidor para conectá-los a longas distâncias ou as memórias quânticas necessárias nos componentes intermediários. Nós desenvolvemos o hardware e ele Programas necessários para quando os computadores quânticos estiverem prontos”, diz Antía Lamas Linares, líder do Centro de Redes Quânticas (Centro de Redes Quânticas) da Amazon Web Services (AWS). Outras empresas concorrentes no setor são IonQ, Quantum Circuits, Rigetti Computing e Honeywell.
Adel Al-Saleh, membro do Conselho de Administração da Deutsche Telekom e CEO da T-Systems, destaca a importância do centro europeu: “Ter acesso a um data center de computação quântica na Europa ajudará a reduzir a barreira de acesso”
O especialista em data center Paul Bevan, diretor de pesquisa da Bloor Research, acredita que iniciativas como a da IBM abrem um caminho imparável. Como declarado para Monitor técnico, “Estamos começando a ver um lançamento gradual de centros de dados convencionais e o surgimento da IA generativa aumenta ainda mais a demanda por espaço de computação.
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Com informações do EL Pais / Tecnología
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