Last updated on 10 de maio de 2025
O sistema de transporte público de Teresina enfrentou uma paralisação nas primeiras horas desta sexta-feira (09), quando motoristas e cobradores de ônibus suspenderam suas atividades. A categoria reivindica reajuste salarial e melhorias em benefícios. A circulação dos veículos foi retomada de forma gradual a partir das 8h, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro).
Reivindicações e o impacto imediato da greve de ônibus em Teresina
A principal pauta da greve de ônibus em Teresina é o reajuste salarial de 15%, além de aumentos no vale-alimentação e a manutenção do plano de saúde. Cláudio Gomes, secretário de imprensa do Sintetro, informou que a orientação inicial era para que os ônibus não deixassem as 11 garagens da capital nos primeiros horários da manhã. Com isso, a população que depende do transporte público para seus deslocamentos diários foi diretamente afetada. “Apenas dois ônibus que fazem linha para a zona rural sul da cidade circularam” no início da manhã, afirmou o sindicato.
A ausência da frota regular, que conta com aproximadamente 250 ônibus nos horários de pico e menos de 200 nos demais períodos , gerou incertezas para muitos teresinenses.
Negociações em pauta
As negociações entre trabalhadores e empresas vêm ocorrendo há meses. “Desde janeiro que o sindicato tenta intervir nas negociações, nas reivindicações dos trabalhadores como um ganho real, ticket e plano de saúde, que todo ano tem”, declarou Cláudio Gomes. Ele também lamentou o fato de a categoria ter chegado ao Dia do Trabalhador, 1º de maio, “sem ter a convenção coletiva aprovada”.
Do outro lado, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) reconhece, em nota, “a legitimidade das demandas apresentadas” e afirma que “permanece aberto ao diálogo”. O Setut informou ter apresentado uma “proposta de renovação da convenção coletiva por dois anos, com a garantia de manutenção de todos os benefícios sociais atualmente existentes e a previsão de negociação anual das cláusulas de natureza econômica”. O sindicato patronal também alertou que uma greve prolongada, “em um setor já fragilizado por sucessivas crises e queda de demanda, pode gerar ainda mais danos ao sistema”, comprometendo sua sustentabilidade e podendo levar à redução da frota e demissões.
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) comunicou que participou de uma reunião na segunda-feira (5) no Ministério Público do Trabalho (MPT) com Setut e Sintetro para avaliar a situação. O órgão afirmou que, “havendo a greve, a Strans garante, conforme a lei, que assegura aos serviços essenciais e o funcionamento de forma reduzida.”
A perspectiva dos usuários
Enquanto as negociações prosseguem, a população de Teresina permanece atenta aos desdobramentos da greve de ônibus. A normalização do serviço, ainda que gradual, trouxe alívio, mas a possibilidade de novas paralisações não está descartada caso não haja acordo. O Setut informou que encaminhará ofício ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) reiterando sua preocupação com os impactos da greve sobre a população e que tomará medidas para assegurar a “manutenção mínima dos serviços essenciais”.
A situação do transporte público em Teresina continua sendo um ponto central de discussão na cidade, afetando diretamente a rotina de milhares de cidadãos.
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