A Polícia Civil do Piauí concluiu o inquérito sobre o brutal assassinato da adolescente Maria Vitória Rodrigues dos Santos, de 15 anos, que estava grávida de cinco meses, ocorrido em 24 de março, no município de Itaueira, no Sul do estado. O padrasto da vítima, Ramon Silva Gomes, foi indiciado pelos crimes de feminicídio e aborto provocado por terceiro, em um caso que chocou a comunidade local.
Segundo as investigações conduzidas pelo delegado João Ênio, titular da Delegacia de Itaueira, a motivação para o crime hediondo residia no fato de Ramon enxergar a gravidez da enteada como um “obstáculo” para seu relacionamento com a mãe da menina. Marisa, a mãe da vítima, relatou que o casal enfrentava conflitos e havia planejado ter um filho para tentar fortalecer a relação. Contudo, com a descoberta da gravidez de Maria Vitória, Marisa desistiu da ideia, o que teria gerado grande descontentamento no padrasto.
Depoimentos revelaram ainda que Ramon nutria ciúmes do ex-namorado de Maria Vitória, que é o pai da criança, e chegou a proibir qualquer contato entre eles. O delegado João Ênio explicou que Ramon também temia que o pai do bebê pudesse vir a morar na casa que ele havia ajudado a construir, evidenciando um sentimento de rivalidade e desconforto com a situação. “Então, a gravidez era aparentemente um obstáculo para ele”, afirmou o delegado.
A investigação avançou por meio de inconsistências nos álibis de Ramon, inicialmente ouvido como testemunha, e foi crucial a análise de dados de telefonia e a descoberta de uma pegada ensanguentada na cena do crime, compatível com o número do calçado do suspeito. Tais elementos confirmaram a presença de Ramon no local e no momento da morte da adolescente.
Maria Vitória foi encontrada pela própria mãe em seu quarto, com ferimentos gravíssimos, incluindo afundamento de crânio, múltiplas perfurações no tórax que atingiram coração e pulmão, além de hematomas no rosto, pescoço e braços, indicando uma morte cruel e sem possibilidade de defesa. A frieza de Ramon após o crime foi outro ponto destacado pela polícia; ele continuou convivendo normalmente com a mãe da vítima, demonstrando um “grau de frieza” impressionante.
A prisão temporária de Ramon Silva Gomes foi convertida em prisão preventiva, e os autos do inquérito já foram remetidos ao Ministério Público, que agora deverá oferecer a denúncia formal contra o acusado.
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