Nesta sexta-feira (22), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxe à tona dados relevantes sobre a educação no Brasil, com foco específico no estado do Piauí. Os números, parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), apontam para uma realidade de avanços graduais na instrução da população piauiense, embora desafios significativos ainda permaneçam, sobretudo na conclusão do ensino básico.
A série histórica de 2016 a 2023 revela um aumento contínuo no nível de instrução da população do Piauí. Notadamente, a proporção de pessoas de 25 anos ou mais que concluíram a educação básica obrigatória — ou seja, o ensino médio — cresceu de 32,6% em 2016 para 42,7% em 2023, uma elevação de 10,1 pontos percentuais. Apesar deste progresso, o estado ainda se posiciona entre os três menores índices do país, superando apenas Alagoas (42,2%) e Paraíba (41,4%).
No cenário nacional, a evolução no nível de instrução também se fez presente, saltando de 46,2% em 2016 para 54,5% em 2023. Dentre as grandes regiões, o Nordeste, onde o Piauí está localizado, apresentou o menor índice de nível de instrução, com 45,6%, contrastando com o Sudeste, que lidera com 59,9%.
A análise sob a ótica de cor ou raça revela desigualdades notáveis. No Piauí, a população branca viu seu nível de instrução aumentar de 42,4% em 2016 para 49,9% em 2023, enquanto a população preta ou parda registrou um crescimento de 30,2% para 40,8% no mesmo período, expondo uma lacuna substancial entre esses grupos.
Quanto ao gênero, as mulheres demonstraram maior progresso educacional em relação aos homens, com um aumento de 36,7% para 47,6% em seu nível de instrução, comparado a um crescimento de 28,3% para 37,4% entre os homens. Essa diferença ressalta não apenas os avanços na educação feminina, mas também as persistentes desigualdades de gênero no acesso à educação.
O relatório ainda aponta para uma taxa de escolarização crescente entre crianças em idade pré-escolar, embora o atendimento em creches permaneça abaixo da meta estipulada pelo Plano Nacional de Educação (PNE) de 50%. Além disso, enquanto a escolaridade avança até a adolescência, há uma notável queda na taxa de escolarização entre jovens de 18 a 24 anos, reflexo das escolhas difíceis entre continuar os estudos ou ingressar no mercado de trabalho.
Por fim, a pesquisa revela uma redução na taxa de analfabetismo no estado, que passou de 16,1% em 2016 para 13,3% em 2023, indicando progressos no combate ao analfabetismo. Entretanto, as discrepâncias baseadas em cor ou raça e gênero permanecem desafiantes.
Diante desses dados, percebe-se que, embora o Piauí tenha registrado avanços significativos na educação de sua população, ainda enfrenta obstáculos importantes para garantir a universalização do acesso à educação de qualidade, especialmente no que tange à conclusão do ensino básico. Os números ressaltam a importância de políticas públicas focadas não apenas na expansão do acesso à educação, mas também na superação das desigualdades estruturais que persistem nesse campo.
Para mais informações sobre a educação no Piauí e em outras regiões do Brasil, acesse o site do IBGE.
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