Por Janguiê Diniz*
Já escutamos por inúmeras vezes a expressão “educação inovadora”. De tempos em tempos, vemos e ouvimos discussões sobre novos rumos nos processos de ensino e aprendizagem. Cada época com sua visão de inovação e pautadas, por vezes, em mudanças nos métodos e metodologias, outras vezes na reorganização curricular. Na última década, esses debates colocaram a relação direta entre inovação e usos e manejos das novas tecnologias.
Desde os anos 90, com a massificação dos computadores, as escolas começaram a adotar a tecnologia como aliada ao ensino. Vimos surgir os laboratórios de informática, as aulas de robótica e tantas outras. Esses nada mais eram do que novos modelos, que precisam ser pensados e testados constantemente.
Hoje, é impossível a tecnologia não ser parte do processo de aprendizagem do aluno. O acesso fácil à internet, seja através do computador, do celular ou tablet, faz com que os jovens recebem uma avalanche de informações por meio da tecnologia. Infelizmente, a estrutura que temos hoje nas escolas não condiz com os jovens atuais. Eles mudaram, mas as escolas ainda não. O maior erro da atualidade é achar que a tecnologia vai substituir o professor. Ao contrário, ela vai ajudar. O educador não é mais o detentor do conhecimento, ele passou a ser um facilitador.
No Brasil, a tendência mais comum quando falamos de educação inovadora é pensar em recursos tecnológicos. No entanto, a tecnologia é precisa ser pensada como um complemento de alternativas. A inovação educativa é uma mudança na conjuntura e não apenas de uma ou outra prática. Não há inovação sem o reconhecimento de que todas as crianças e jovens são agentes de transformação.
O professor está sendo destituído da posição de detentor de todo o conhecimento e passa a ter um papel ainda mais difícil: ter uma visão crítica e ao mesmo tempo neutra, trazer debates e saber conduzir a turma para estimular o pensamento e o aprendizado. É pesaroso afirmar que a maioria das instituições de ensino brasileiras não estão preparadas para exercer esse papel.
Não conseguiremos dar um salto de qualidade na educação brasileira se não reinventarmos as escolas. Para experimentar uma educação inovadora precisamos arriscar, testar. Nesse ponto, também não podemos esquecer a necessidade de fortalecer o ensino à distância, principalmente como alternativa para jovens adultos. E o mais importante, precisamos saber que a tecnologia possibilita esse e outros alcances.
*Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional
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