Mulheres de Amarante participaram de uma caminhada, que teve como foco o combate à violência doméstica e ao feminicídio. A manifestação pacífica, realizada na manhã desta quarta-feira (22), teve a presença da delegada de Polícia Civil, Anamelka Cadena, das vereadoras Clara Brandão e Luíza Neta, e também de membros da sociedade civil.
A concentração aconteceu na praça da Roca Produtos, a partir das 9h, tendo como roteiro a rua do Piquizeiro com destino à Escadaria Da Costa e Silva na Avenida Desembargador Amaral via Mercado Público Municipal.
Durante a caminhada, mulheres seguravam faixas e cartazes orientando a população no fortalecimento da luta contra a violência doméstica e ao feminicídio.
A enfermeira Helenita Vilarinho, que recentemente foi à imprensa denunciar as agressões que sofreu do ex-companheiro, falou ao Somos Notícia, enfatizando a importância do ato democrático.
“Esse movimento surgiu a partir do momento em que me tornei uma vítima da violência doméstica e de tentativa de feminicídio. Juntamente com colegas, amigas e mulheres de Amarante tivemos a ideia de realizar um movimento como este. Nós decidimos fazer essa manifestação para que haja justiça e que Amarante quebre esse tabu, contra o medo de denunciar a agressão”, afirmou a enfermeira.
A vereadora Clara Brandão participou do ato. Segundo ela, a caminhada reflete a necessidade da mulher romper o medo de fazer a denúncia. “Este momento é de extrema importância. Quero parabenizar a todas pela iniciativa desta caminhada, pois sabemos que a violência doméstica é um problema nacional, estadual e também municipal, principalmente nesta pandemia em que as mulheres estão em casa com seus agressores. A gente precisa, realmente, ir às ruas e ecoar esse tema que ainda é um tabu”, disse.
A delegada Anamelka Cadena participou do ato democrático e destacou ao Somos Notícia a necessidade de denúncias em caso de violência doméstica. Ela enfatizou a importância do município integrar a rede de proteção e assistência à mulher.
“Parabenizo demais o momento! Reverendei a Helenita como exemplo de mulher a ser repetido. A gente não deve se calar quando sofre violência e sim mobilizar outras mulheres para se fortalecerem com o nosso exemplo, é bem isso que ela (Helenita) representa.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que em 91,7% dos municípios do Brasil não existe delegacia de atendimento à mulher, enquanto 90,7% dos municípios não têm serviços especializados no combate à violência contra a mulher.
Caminhada de mulheres em Amarante
Fotos: Leomar Duarte | Somos Notícia
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