Brasil quer reforçar apelo econômico de áreas secas para combater a desertificação

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Soluções sustentáveis e lucrativas para as regiões mais secas do planeta estão na pauta da Convenção da ONU para o Combate à Desertificação. O incentivo financeiro é visto como reforço para frear o avanço do deserto.
A desertificação é um desafio para o desenvolvimento sustentável. O fenômeno atinge 168 países, incluindo o Brasil. Seus efeitos causam não somente danos ambientais, mas também econômicos: a degradação do solo custa de 3 a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) global da agricultura. Todos os anos, o custo do assoreamento de reservatórios de águas chega aos 18,5 milhões de dólares.
O tema está na lista de prioridades das Nações Unidas. A Convenção para o Combate à Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês) convocou cientistas, representantes de governo e de organizações da sociedade civil para mais uma conferência, em Bonn, na Alemanha.
A pauta procura ainda um apelo econômico. Os 195 países integrantes da convenção buscam incentivos para colocar em prática modos de uso da terra que gerem renda. Aumentar a resiliência em regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas também é ponto central do encontro. Esse é um tema que interessa especialmente ao Brasil.
A Articulação Semiárido Brasileiro tenta chamar a atenção do governo e para a situação da estiagem para as urgências dos moradores, onde vivem 22 milhões de pessoas. A terra é caracterizada por prolongado período seco, irregularidade de chuvas, semiaridez do clima e alta taxa de evapotranspiração – ou seja, pode virar um deserto se as condições se agravarem.
Em todo o Brasil, a área suscetível à desertificação abrange 16 % do território nacional e incorpora 11 estados – Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. A região também concentra 85% da pobreza do país. Uma alternativa econômica lucrativa é fundamental para barrar a degradação nesses estados que, em muitos casos, é provocada por práticas agrícolas inadequadas. O Brasil vem promovendo esforços para ter de fato uma política de uso sustentável do recurso que seja adequada à realidade socioambiental da região atingida.
 
José Augusto S. de Oliveira (Cabeça)
Técnico Agrícola
Especialista em Irrigação e Drenagem
Membro Inovagri
Filiado ABID
Colaborador Greenpeace Brasil
 

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