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Ação orienta pais sobre combate à violência digital contra crianças

Educação

Em ação realizada nesta terça-feira (13) no Terminal do Metrô Jabaquara, em São Paulo, pais, mães e responsáveis por crianças e adolescentes receberam orientação de especialistas para combater a violência digital contra os jovens. A iniciativa é parte da 2ª Semana de Conscientização e Mobilização em Prol do Desenvolvimento Saudável e de Prevenção e Combate à Violência contra Crianças e Adolescentes, que vai até sexta-feira (16), na capital paulista.

Denominado “Infância, Eu Abraço”, o mutirão interprofissional distribuiu balões coloridos para as crianças e rosas brancas simbolizando a paz, às mães, aos pais e responsáveis, enquanto especialistas prestaram orientação e entregaram cartilhas sobre os direitos das crianças e educadores falaram sobre os cuidados indispensáveis ao adequado acompanhamento de crianças e adolescentes quando da navegação em redes sociais e demais plataformas digitais.

Além disso, um grupo de “palhaços da informação” fez performances chamando a atenção para os riscos que se escondem por trás das plataformas digitais e, cada vez com maior frequência, ganham espaço no noticiário policial, por atentados em escolas, preparação de sequestros, pedofilia e cyberbullying, entre outros.

A ação foi organizada pela organização não governamental (ONG) Instituto Olinto Marques de Paulo, em parceria com a Sociedade de Pediatria de São Paulo e com apoio de instituições da sociedade civil e de entidades médicas, como a Academia Brasileira de Neurologia, a Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade e a Associação Paulista de Medicina, entre outras.

Segundo a coordenadora do Instituto Olinto Marques de Paulo, Sara Assis, no ano passado, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o Projeto de Lei (PL) 17.738/2022, que altera a Lei nº 14.485, de 19 de julho de 2007, incluindo no Calendário de Eventos da Cidade de São Paulo a Semana Municipal de Conscientização e Mobilização em Prol do Desenvolvimento Saudável e da Prevenção e Combate à Violência contra Crianças e Adolescentes”, a ser celebrada anualmente na segunda semana de junho.

A ideia da campanha, sugerida pelo IOMP, é propagar atividades pela cidade que incentivem o conhecimento sobre as melhores formas de prevenir a violência contra a criança e o adolescente. Isso inclui a compreensão dos canais de interlocução e reconhecimento de situações de maus-tratos e negligência. Tais práticas não podem passar despercebidas e cabe à sociedade, como um todo, se responsabilizar por combatê-las, diz a ONG.

“Aqui no terminal estamos trazendo a violência do ponto de vista digital. É a internet, nem como vilã, nem como mocinha, mas como uma ferramenta que pode ser bem ou mal utilizada, porque, ao mesmo tempo que facilita a comunicação, a educação, a democracia, esconde crimes. Então, a ideia hoje é mostrar ao pai que ele tem que estar atento ao que os filhos estão vendo na internet, colocar algum um filtro de conteúdo e estabelecer limite de tempo”, afirmou Sara.

Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), de agosto de 2022, 93% das crianças e adolescentes do país entre 9 e 17 anos estão conectadas. São cerca de 22,3 milhões de pessoas. Outro levantamento, divulgado em maio de 2023 pelo CCGI.br em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), revela que 43% dos jovens dessa faixa etária não sabem checar se uma informação é falsa.

Segundo o diretor da Associação Paulista de Medicina e membro da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Marun David Cury, a participação dos médicos na campanha é extremamente importante, porque uma das preocupações dos pediatras deve ser com o desenvolvimento emocional das crianças, que “deve ser o melhor possível para que elas se tornem cidadãos saudáveis física e mentalmente”.

Para Marun, as famílias deve ser responsáveis pelo uso dos aparelhos que dão às crianças acesso à internet, estabelecendo limites. “O primeiro passo é verificar se a acriança tem condição e maturidade para isso. A criança tem que usar eventualmente a internet para buscar conteúdos, complementação da educação escolar. Isso tem que ser muito vigiado porque a internet oferece uma série de sites que podem trazer informações violentas, violência física, sexual, uso de drogas e assim por diante.”

Parte da ação do Instituto Olinto Marques de Paulo é a disponibilização de duas cartilhas digitais com orientações aos pais e responsáveis sobre proteção à infância e à adolescência, inclusive no ambiente virtual. Para conhecer a campanha na íntegra basta acessar o site do instituto.


Fonte EBC / Educação

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