Segundo esse policial, com qual o sargento Pesseghini fazia confidências, semanas antes do crime o pai do garoto recebeu um telefonema e ficou preocupado. Na ocasião, ele teria dito ao amigo que sua mulher foi ameaçada pelo filho.
O depoimento do amigo do sargento é mais um dos relatos que a polícia reúne para tentar compreender o comportamento de Marcelo. Nesta sexta-feira, o psiquiatra forense Guido Palomba deverá se reunir com o delegado do caso, Itagiba Franco, para analisar o inquérito e traçar um perfil da personalidade do garoto. Já houve relatos de que Marcelo mudou de comportamento meses antes do crime e que passou a fazer brincadeiras com armas de fogo em casa, como simular que atiraria em alguém.
Os promotores Vinicius França e André Bogado, da 2ª Vara do Júri da Capital, estiveram ontem no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa. Segundo elas, a posição do Ministério Público é de cautela. De acordo com Bogado, dois tios de Marcelo, irmãos da cabo Andreia, estiveram na Promotoria e afirmaram que não acreditam que o garoto fosse o culpado. Eles teriam pedido novas investigações.
A polícia já ouviu 48 pessoas. Ainda estão previstas mais duas testemunhas, uma delas uma policial que trabalhava com Andreia. Na quarta-feira, 28, dois colegas de Marcelo depuseram novamente e confirmaram algumas informações que haviam sido ditas por outros alunos da escola do adolescente. As duas testemunhas teriam omitido informações, segundo um e-mail interceptado pela polícia. No novo depoimento, elas voltaram atrás e disseram que Marcelo contou a elas que matou a família, quando chegou à escola na data do crime. Segundo o inquérito, Marcelo tinha um grupo de amigos que jogavam o videogame Assassin´s Creed, chamado de Os Mercernários.
O crime aconteceu entre a noite do dia 5 e a madrugada do dia 6, na residência da família, na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo. Para o fechamento do inquérito, a polícia depende da finalização dos laudos do Instituto de Criminalística (IC) e Instituto Médico Legal (IML).