Um novo estudo do Anuário Brasileiro da Educação Básica revelou um dado alarmante: um em cada três professores que atuam nas escolas públicas do país não tem a formação adequada para a disciplina que leciona. A pesquisa, lançada em 13 de novembro pela organização Todos Pela Educação, a Fundação Santillana e a Editora Moderna, analisou dados do IBGE e do Ministério da Educação e acendeu um alerta para a necessidade de investimentos na formação dos docentes.
A formação inadequada é mais crítica nos anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, onde apenas 59% dos professores possuem a formação específica na área em que lecionam. Para Ivan Gontijo, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, a formação adequada exige que o professor seja licenciado na área em que ministra aulas. “Um professor de química, por exemplo, no ensino médio, só é considerado adequado se for licenciado em química”, explica.
O estudo também revelou que 12,8% dos docentes, considerando escolas públicas e privadas, não possuem graduação. Esse número é ainda mais preocupante na educação infantil, onde 20,5% dos professores não têm diploma de ensino superior. Em contraste, o ensino médio apresenta a maior proporção de profissionais com graduação, atingindo 96%.
Diante desse cenário, Gontijo sugere algumas soluções:
- Garantir que os professores tenham uma jornada de trabalho adequada em uma única escola, com carga horária completa, o que facilitaria a busca por formação adequada.
- Oferecer programas de segunda licenciatura para professores que já atuam nas redes de ensino.
A necessidade de valorização dos professores das escolas públicas é urgente. O estudo evidencia a importância de políticas públicas eficazes para garantir a formação adequada dos docentes e a qualidade da educação no país.
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