Houve um aumento significativo em relação à pesquisa do ano anterior. Responsáveis pela pesquisa dizem que os mais jovens erram mais.
Uma pesquisa mostrou que 40% dos candidatos a uma vaga de estágio foram eliminados por causa de erros de português. São estudantes do Ensino Médio ou universitários reprovados na prova de ditado.
Alice Norberto tenta uma vaga em um estágio e não esconde: seu maior medo é a prova de português. “A gente é acostumada a mandar mensagem, escrever nas redes sociais, aí escreve tudo errado, abreviado e quando a gente vai fazer uma prova não é bem assim”, afirma a estudante.
Em 2013, os erros de ortografia desclassificaram 40,6% dos estudantes de nível médio e universitários avaliados por uma instituição que seleciona estagiários. Um aumento significativo em relação à pesquisa feita no ano anterior, em 2012, quando a reprovação foi de 28,8%. A pesquisa de agora utilizou a mesma metodologia.
O teste: um ditado de 30 palavras. Os corretores receberam provas com ausência escrita com “l” e “z”; eficiência, com “s”; consenso, com “c” e “ç”; e inadmissível, sem o “d” mudo e com “c”.
Os responsáveis pela pesquisa dizem que os mais jovens erram mais. E é indiferente se o aluno veio de escola pública ou particular. A renda da família também não pesa.
Há casos de pretendentes a uma vaga de estágio que têm excelente domínio das tecnologias, têm fluência em mais de um idioma, até já moraram no exterior, mas escorregam feio no básico.
O diretor administrativo de uma empresa de software diz que tem entrevistado cada vez mais candidatos com essa dificuldade na língua portuguesa. “Eu acho que os jovens, principalmente, não têm absorvido tanto essa coisa da língua portuguesa, do vocabulário correto”, afirma Pedro da Rós, gerente administrativo.
O professor Célio da Cunha, que estuda políticas públicas de educação, diz que o domínio do idioma não depende de nenhuma invenção. “Nós precisamos, então, incentivar a formação de uma sociedade leitora, começando na família, continuando na escola. Aquele velho conselho do Monteiro Lobato: a pessoa que lê vale por duas”, destaca o professor da Universidade Católica de Brasília.
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