A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que afeta a capacidade de uma pessoa de ler, escrever e soletrar de forma precisa e fluente. Essa condição, que geralmente é diagnosticada durante a infância, pode persistir até a idade adulta. O diagnóstico geralmente é realizado por meio de avaliações especializadas conduzidas por profissionais, como pedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo ou neurologista.
De acordo com dados da ABD (Associação Brasileira de Dislexia), a dislexia pode afetar entre 5% e 17% dos estudantes em salas de aula ao redor do mundo. Entre os diferentes tipos do transtorno que afeta crianças e adultos, os mais frequentes são a dislexia visual, auditiva e mista.
A dislexia visual é caracterizada por dificuldades na visualização e identificação de palavras, bem como na distinção entre direita e esquerda. Já a dislexia auditiva afeta a percepção de sons diversos, podendo causar impactos na fala. Por sua vez, a dislexia mista é uma combinação dos sintomas das dislexias visual e auditiva, apresentando características de ambos os tipos.
Para a diretora do Instituto Neuro e especialista em neurodesenvolvimento, Dra. Jessica Cavalcante, a dislexia é uma das dificuldades de aprendizado mais prevalentes. Segundo ela, o distúrbio é definido por desafios na leitura e escrita que não são atribuídos à inteligência, motivação ou educação do indivíduo. Dessa maneira, a dislexia pode representar um obstáculo considerável na jornada acadêmica e profissional. “Contudo, é cada vez mais reconhecido que uma intervenção inicial pode alterar significativamente o caminho educacional de uma criança com dislexia”, enfatiza.
A especialista ressalta que o momento crucial para a intervenção ocorre durante os primeiros anos de escolaridade, quando os alunos estão assimilando as bases do sistema de leitura e escrita. Nessa etapa, a identificação precoce e o suporte adequado podem prevenir a amplificação das dificuldades de aprendizagem e sua interferência na autoestima e desempenho escolar do estudante.
A diretora do Instituto Neuro destaca ainda que os programas de intervenção inicial que focam em consciência fonológica, decodificação e fluência de leitura têm se mostrado especialmente efetivos. “Essas intervenções empregam práticas pedagógicas estruturadas, sistemáticas e explícitas, que se concentram nas habilidades específicas que costumam ser um desafio para crianças com dislexia”, salienta, completando que com o devido suporte, crianças com dislexia podem ter um desempenho tão bom quanto o de seus colegas de classe.
Para Cavalcante, além da intervenção educativa, é crucial o apoio emocional e social. “As crianças com dislexia muitas vezes enfrentam frustração e baixa autoestima, então é essencial assegurar que elas se sintam respaldadas e valorizadas”, salienta.
A especialista explica ainda que a dislexia é uma condição permanente, porém, com a intervenção precoce adequada, crianças com dislexia podem prosperar e alcançar seu pleno potencial acadêmico. Para isso, segundo a diretora do Instituto Neuro, é de extrema importância a conscientização, a capacitação dos professores e o acesso a recursos de suporte apropriados.
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