Provedores de pagamentos, mais conhecidos pela sigla PSP (do inglês Payment Service Provider) são intermediários de pagamento digital, fazendo a ponte entre negócios e bancos. O contrato de um PSP contempla diferentes bandeiras de cartões de crédito, além de outros métodos de pagamento, como débito, boleto e Pix – meio de pagamento consolidado no Brasil, representando 24% das transações financeiras em 2022, com previsão de atingir 35% nos próximos três anos.
O PSP também pode se integrar com outros meios de pagamentos alternativos, como carteiras virtuais ou e-wallets, e deve assumir os riscos de crédito por atividades de fraude e estornos para seus milhares de clientes.
Em mercados emergentes como o Brasil, onde as especificidades de meios de pagamento são maiores e 18% da população ainda está em processo tardio de bancarização, os PSP ganham relevância. Para garantir acesso e aceitação de pagamentos em mercados globais, contar com o suporte e as possibilidades providas por um provedor de pagamentos é fundamental.
Em matéria divulgada no início deste ano, é possível perceber que essas novas tecnologias costumam atrair a atenção de fraudadores dispostos a invadir seus sistemas e causar grandes perdas (não só de dinheiro, mas de reputação também). Por isso, contar com plataformas de segurança baseadas em inteligência artificial – que podem detectar fraudes em transações, desenvolver perfis de usuário robustos e manter 100% de conformidade – passou a ser cada vez mais importante. Vale dizer que as perdas por fraude aumentaram mais de 30% em 2022 nos Estados Unidos e que no Brasil acontecem 2,8 mil tentativas de fraude financeira por minuto.
De acordo com Guilherme Terrengui, head de novos negócios da Sumsub no Brasil, Latam e Ibéria, o conjunto de dados ao qual um PSP tem acesso é bastante mais simples do que aquele disponível para um comerciante, por exemplo, já que ele “enxerga” apenas a atividade da página de pagamento e não todos os eventos da jornada do cliente. “Com exceção de grandes empresas PSP, há inúmeras empresas pequenas e médias atuando nesse segmento que precisam assegurar toda a jornada do usuário. Não é muito vantajoso contratar um KYC (conheça-seu-cliente, do inglês kow-your-client) sem ter acesso a seu perfil transacional”.
Segundo o executivo, quando uma empresa contrata uma plataforma que acompanha toda a jornada do usuário, desde o momento em que se inscreve até a conclusão da transação, isso permite tomar decisões informadas e manter a empresa segura. “Cada provedor de pagamentos poderá customizar as regras de acordo com seu perfil de clientes. É possível examinar automaticamente as transações em tempo real e até mesmo executar uma análise pós-transação para identificar sinais suspeitos de fraude”.
Ao permitir que o PSP crie suas próprias regras, é possível reforçar a segurança desde o cadastro da identidade, passando por dados de integração, monitoramento de transações, até atividades da conta. “É como se fossem impostas mais e mais barreiras para o fraudador, dificultando todo o processo da fraude até desarmar o seu plano”, diz Terrengui. “Um ponto importante nesse processo é que sua duração é de milissegundos. Afinal, o objetivo não é impor obstáculos ao usuário que precisa fazer uma remessa de pagamento ao exterior, por exemplo, mas garantir a conformidade e a segurança da transação”.
Recentemente, o presidente Luiz Inácio da Silva assinou um projeto de lei e uma medida provisória que visam regulamentar as apostas esportivas no Brasil. A estimativa do portal BNL Data, especializado no mercado de jogos, é que esse segmento fature R$ 12 bilhões em 2023, um aumento de 71% ante os ganhos de 2020 (R$ 7 bilhões). De acordo com o executivo da Sumsub, “com base em IA e aprendizado de máquinas, que estão em constante atualização, é possível fechar o cerco contra os fraudadores e proporcionar uma experiência mais agradável aos usuários”. Isso se dá, segundo ele, em várias outras frentes em que os PSP também podem aplicar regras adicionais contra a lavagem de dinheiro.
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