O caso de veneno em arroz que resultou na morte de quatro pessoas da mesma família em Parnaíba, no Litoral do Piauí, teve uma reviravolta nesta semana, com a prisão do padrasto das vítimas. De acordo com as investigações, Francisco de Assis Pereira da Costa, de 52 anos, é o principal suspeito de colocar terbufós, um pesticida conhecido como “chumbinho”, no alimento que causou a tragédia familiar.
A tragédia familiar
A família consumiu um prato de baião de dois (arroz com feijão) contaminado durante a ceia de Ano Novo. No total, nove pessoas passaram mal e foram hospitalizadas, mas infelizmente quatro pessoas não resistiram ao veneno em arroz. Entre os que morreram estão:
- Manoel Leandro da Silva, 18 anos (enteado do suspeito).
- Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria).
- Lauane da Silva, 3 anos (filha de Francisca Maria e irmã de Igno Davi).
- Francisca Maria da Silva, 32 anos (mãe de Lauane e Igno Davi).
Prisão do padrasto
A Polícia Civil do Piauí (PCPI) efetuou a prisão do padrasto, Francisco de Assis Pereira da Costa, após encontrar vestígios da substância terbufós na casa. Uma coletiva de imprensa será realizada nesta quarta-feira (9), às 10h, onde serão apresentados mais detalhes sobre a prisão do suspeito, bem como as motivações para o crime.
Investigações e laudos
Os laudos da Polícia Científica confirmaram a presença de terbufós, um agrotóxico, no organismo das vítimas. O arroz contaminado foi identificado como a fonte do veneno, descartando a possibilidade de o peixe ter sido o causador da intoxicação.
“Foi encontrado terbufós no estômago de duas vítimas. O terbufós é um pesticida da classe dos organofosforados, usado como agrotóxico para matar pragas. Também foi feito o exame de uma mistura de arroz, farinha das panelas e dos pratos que ficaram lá como restos encontrados na casa. Esse exame também deu a mesma substância, terbufós.” – declarou Antônio Nunes, Perito Geral da Polícia Técnico-Científica do Piauí.
Histórico familiar
A família já havia sofrido uma perda trágica em agosto de 2023, quando dois filhos de Francisca Maria, Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7 anos, morreram após consumirem cajus envenenados. Uma vizinha foi presa na época, mas as circunstâncias desse novo caso levantam suspeitas sobre a possibilidade de envolvimento de outras pessoas.
O caso chocou a cidade de Parnaíba e o estado do Piauí, que lamenta a morte das quatro pessoas. A investigação segue em andamento, e a polícia apura se o veneno foi colocado intencionalmente no arroz pelo padrasto preso ou se houve a participação de terceiros.
