Em uma revelação que adiciona uma nova camada à recente imposição de tarifas dos Estados Unidos sobre o Brasil, Steve Bannon, ex-estrategista do ex-presidente Donald Trump, afirmou que o governo norte-americano pode derrubar as taxas de 50% caso os processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro sejam encerrados. “Derrubem o caso, derrubamos as tarifas”, disse Bannon em entrevista.
Bannon foi além, indicando que novas sanções podem ser anunciadas, incluindo punições financeiras ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator das ações contra Bolsonaro. As tarifas de 50%, vale lembrar, estão programadas para começar em 1º de agosto.
A ligação entre as tarifas e as ações contra Bolsonaro é reforçada pelas declarações de Trump, que já havia classificado as investigações no Brasil como uma “caça às bruxas” e o julgamento de Bolsonaro como uma “vergonha internacional”. A menção de Trump se alinha com uma ação movida na Flórida pela Trump Media and Technology Group e pela plataforma Rumble contra o ministro Alexandre de Moraes, que acusam Moraes de extrapolar sua autoridade ao enviar ordens judiciais a funcionários nos EUA.
Questionado sobre a influência de Elon Musk no cenário, Bannon foi enfático ao afirmar que o empresário não teve qualquer papel nas decisões recentes sobre o Brasil e não influenciou Trump. Ele ironizou a habilidade política de Musk, descrevendo-o como “uma criança de 11 anos” em política, o que teria levado ao seu afastamento dos bastidores em Washington.
Segundo Bannon, o verdadeiro apoio a Bolsonaro nos EUA emana do movimento MAGA (Make America Great Again) e de Donald Trump, que veem nos Bolsonaros uma identificação com o povo conservador americano. A articulação desse apoio dentro dos Estados Unidos, de acordo com o ex-estrategista, coube a Eduardo Bolsonaro e ao comentarista Paulo Figueiredo, que teriam convencido Trump e aliados sobre a parcialidade do Judiciário brasileiro contra Bolsonaro. Bannon confirmou ter discutido o assunto diretamente com Trump e com o senador Marco Rubio, atual secretário de Estado.

