Em uma operação conjunta denominada “Cribelo”, a Polícia Civil do Piauí, com apoio da Polícia Militar, desmantelou um esquema criminoso envolvendo servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PI) e instrutores de autoescolas. A investigação, conduzida pela Superintendência de Operações Integradas (SOI), revelou a venda fraudulenta de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) em Teresina e José de Freitas. Seis servidores foram presos e afastados de suas funções. A polícia busca prender 17 pessoas em duas cidades do Piauí.
Mão marcada para fraude
Um dos casos mais chocantes descobertos pela investigação envolveu um aluno que teve a mão marcada para ser reconhecido pelos examinadores durante o exame de direção. Essa marcação era a garantia de que o candidato, que havia pago para ser aprovado, seria identificado pelos examinadores.
Troca de favores e pagamentos
A polícia obteve provas contundentes da troca de favores entre servidores do Detran e instrutores de autoescolas. Áudios e vídeos revelam a negociação de valores para aprovação em exames de direção, com pagamentos que variavam de R$ 400 a R$ 1 mil.
“Nas imagens, é possível identificar que o candidato estava com a mão esquerda marcada para ser reconhecido pelos examinadores. A investigação não deixa dúvidas de que ele pagou uma quantia em dinheiro para ser aprovado no exame”, afirmou o delegado Roni Silveira.
Suspensão de atividades e prisões
Além das prisões, a operação resultou na suspensão das atividades de uma autoescola e de um bar, que servia como ponto de encontro para as negociações ilícitas. Os suspeitos presos responderão pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e associação criminosa.
Quebra de sigilo bancário e ostentação
A investigação também revelou uma discrepância patrimonial entre o salário dos servidores envolvidos e o padrão de vida que ostentavam. A polícia solicitou a quebra de sigilo bancário e o sequestro de bens dos suspeitos.
“A gente notou uma discrepância patrimonial entre o salário dessas pessoas e a vida que ostentavam. Houve quebra de sigilo bancário para pedir o sequestro de bens”, disse o delegado, Filipe Bonavides.
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