A oposição americana conquistou a maioria no Congresso nas eleições legislativas realizadas nesta terça-feira, em uma dura derrota para o governo de Barack Obama. O Partido Republicano manteve o domínio da Câmara dos Deputados e agora também tem maioria no Senado, que foi controlado pelos democratas nos últimos oito anos.
Mesmo com alguns Estados ainda contando os seus votos, os números apurados até agora já permitem apontar uma grande vitória dos republicanos nas eleições – e uma enorme dor de cabeça para Obama. A dois anos do final de seu segundo mandato, o governante democrata, que já vinha sofrendo com a forte oposição aos seus projetos da maioria republicana na Câmara, corre o risco de ver sua agenda atravancada de vez e de terminar sua estadia na Casa Branca como um melancólico “pato manco” – termo usado nos EUA para designar um presidente que perde a influência e a governabilidade, principalmente no final do mandato.
Das 100 cadeiras no Senado, os republicanos garantiram pelo menos 52, contra 44 dos democratas. Nestas eleições legislativas, 36 assentos foram renovados. Na Câmara, onde todas as 435 vagas estavam em jogo, o Partido Republicano ampliou ainda mais a sua maioria. Antes com 235 representantes, os republicanos já garantiram 242 deputados, contra 174 da legenda rival.
Em um indicativo do bom desempenho dos republicanos, dos oito Estados considerados indecisos nas eleições para o Senado, a oposição venceu em cinco – Colorado, Geórgia, Iowa, Kansas e Carolina do Norte –, enquanto o Partido Democrata ganhou apenas em New Hampshire. Na Louisiana, a disputa foi para o segundo turno e no Alaska, a apuração ainda está no começo.
Referendo – Tradicionalmente cruel para os presidentes em exercício, as eleições de meio de mandato nos EUA costumam ser apontadas como um referendo sobre o governo, e o resultado desta terça é um reflexo da baixa popularidade de Obama, que enfrenta um dos piores índices de aprovação desde que assumiu o poder, em 2009. Entre os temas que influenciaram a campanha estão o impasse partidário em Washington e o baixo crescimento da economia, insuficiente para ajudar muitos cidadãos de classe média. A chegada do ebola aos Estados Unidos e o avanço do Estado Islâmico na Síria e no Iraque foram outros acontecimentos que prejudicaram a imagem de Obama.
Caio Blinder comenta o resultado:
Com a vitória republicana e a fraqueza do presidente democrata, existem algumas tênues oportunidades de compromisso bipartidário. Obama precisa de um legado e os republicanos precisam mostrar serviço. No entanto, o cenário é de muito rancor partidário.
via: VEJA
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