Last updated on 21 de setembro de 2025
Amarante, Piauí – Um bingo beneficente organizado para angariar fundos para a família de Augusto e Maria Madalena, que perdeu sua casa em um incêndio na comunidade Paca, zona rural de Amarante, gerou controvérsia e discordância sobre os valores arrecadados e efetivamente repassados. A questão veio à tona após a família beneficiada expressar insatisfação com a prestação de contas, levando a uma reunião no Ministério Público para tentar esclarecer os fatos.
A família que teve a casa incendiada, representada pelo advogado Wilkison Matos, alega que os valores anunciados no evento totalizavam R$ 3.557 do bingo e R$ 1.130 da venda de cervejas, superando os R$ 4.000. No entanto, segundo eles, apenas R$ 1.100 foram entregues. “O que consta das informações repassadas para mim é que foi levantado valores referente a um bingo beneficente, voltado para benefício da família do Augusto”, afirmou o advogado. Wilkison Matos. Ele detalhou que “todo o valor que foi apurado no bingo, todo o valor da cerveja que foi vendido era para voltar em benefício do Augusto. No entanto, esses valores foram defasados”. Ele reiterou que os valores anunciados na ocasião foram os confirmados por Augusto, mas que o repasse final à família foi de apenas R$ 1.100.
Por outro lado, a defesa de Dona Altina, uma das organizadoras do evento, representada pelo advogado Anderson Soares, apresentou uma versão diferente. “Eu estou aqui representando a defesa da Dona Altina, que é uma das organizadoras do evento, foi um bingo beneficente lá na comunidade, em prol dessa família que teve a casa incendiada”, explicou o advogado Anderson. Ele informou que as despesas totalizando R$ 1.052 foram comprovadas por notas fiscais e entregues ao promotor do Ministério Público e ao advogado da família. Quanto aos repasses, Anderson Soares disse que “em espécie foi entregue também para o doutor na presença do promotor, Dr. Afonso Aroldo, na presença da família que foi vítima do incêndio, um 1.100 reais em espécie”. Ele acrescentou que “os demais valores foram repassados via Pix para contas tanto da vítima, da esposa, quanto do marido e ele também reconheceu como um primo dele”.
A venda de bebidas também se tornou um ponto de discórdia. A família e o Wilkison Matos esperavam que o lucro da cerveja, estimado em R$ 1.130, fosse destinado a eles. No entanto, o advogado Anderson esclareceu que o lucro da venda de bebidas não era parte do benefício para o casal. “Essas bebidas, elas não eram do casal, elas não eram fruto de doação, elas eram do estabelecimento comercial que cedeu o espaço”, afirmou. Ele destacou que o estabelecimento arcou com despesas como energia e estrutura, e que “o lucro da bebida, esse não foi para o casal, esse ficou para o dono do espaço, para o dono da bebida”, ressaltando que isso havia sido acordado anteriormente.
Diante do impasse, Wilkison Matos não descartou a possibilidade de buscar as vias legais, pertinentes ao caso, uma vez que não seja competência do Ministério Público por se tratar de uma ação privada. “É uma ação privada que começa pela delegacia de polícia”, pontuou, sem confirmar se Augusto dará prosseguimento a um boletim de ocorrência.
Enquanto a controvérsia do bingo segue em discussão, a Prefeitura de Amarante, por meio do programa “Viver Bem”, já garantiu a construção de uma nova moradia para a família em um prazo de 40 a 60 dias. Além disso, uma campanha de arrecadação de itens essenciais para mobiliar a nova residência está sendo coordenada pela Secretaria de Assistência Social do município.

