Um acidente aéreo marcou a Sibéria nesta quinta-feira (24), com a queda de um avião Antonov An-24 da companhia aérea Angara nas proximidades de Tynda, no extremo leste da Rússia. As autoridades temem que todas as cerca de 50 pessoas a bordo, incluindo passageiros e tripulantes, tenham morrido no impacto.
Queda de avião em Tynda
O Antonov An-24, que realizava um voo entre Blagoveshchensk e Tynda, uma cidade remota e um importante entroncamento ferroviário na região de Amur, fronteira com a China, desapareceu dos radares enquanto se preparava para o pouso. A fuselagem em chamas da aeronave foi avistada por um helicóptero em uma área densamente arborizada, em uma colina a cerca de 15 km de Tynda. Imagens aéreas divulgadas nas mídias sociais mostram fumaça emergindo do local do acidente.
A bordo, havia 43 passageiros, entre os quais cinco crianças, e seis membros da tripulação, conforme dados preliminares divulgados por Vasily Orlov, o governador regional. No entanto, sobre o acidente aéreo na Sibéria, o governo federal russo informou um número de 42 passageiros.
Acidente aéreo na Sibéria | Antonov An-24
O avião sinistrado, fabricado na era soviética em 1976, tem quase 50 anos. Antes de ser operado pela Angara, uma companhia aérea regional privada sediada em Irkutsk, na Sibéria, a aeronave fazia parte da frota da Aeroflot, a então companhia aérea de bandeira soviética. A Angara opera uma frota de 10 An-24s, construídos entre 1972 e 1976, e atende a aeroportos na Sibéria e no extremo leste da Rússia.
Conhecidos como “tratores voadores”, os An-24s, aeronaves movidas a hélice, são considerados pilares da aviação russa, sendo notáveis por sua robustez e adaptação às condições climáticas severas da Sibéria, podendo operar em temperaturas abaixo de zero e sem a necessidade de pistas pavimentadas.
No entanto, a manutenção desses aviões, que representam uma parcela menor da frota russa, tem se tornado um desafio. Executivos de companhias aéreas, pilotos e especialistas do setor apontam que as sanções ocidentais impostas à Rússia, devido ao conflito na Ucrânia, impactaram os investimentos e o acesso a peças, elevando os custos de operação. No ano passado, a Angara e outra companhia siberiana chegaram a solicitar ao governo russo a extensão da vida útil das aeronaves Antonov, muitas delas com mais de 50 anos.
O ministério dos serviços de emergência confirmou a localização da fuselagem em chamas por um helicóptero Mi-8 da Rossaviatsiya. Um representante da Angara afirmou à agência Reuters que não poderia fornecer detalhes adicionais sobre o ocorrido.
O governo federal russo agiu rapidamente, formando uma comissão para lidar com as consequências do desastre. Uma investigação sobre as causas do acidente aéreo na Sibéria foi prontamente anunciada pelas autoridades. O Kremlin confirmou que o presidente Vladimir Putin já foi informado sobre a tragédia.

