A produção da indústria caiu 0,7% de outubro a novembro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã desta terça-feira (8). O resultado representa uma piora frente ao mês anterior, quando houve uma leve alta de 0,1%.
A perda de novembro é a mais intensa na comparação mensal desde junho do ano passado, quando o setor registrou recuo de 1,7%.
Em relação a novembro de 2013, houve retração de 5,8%. Com o resultado, a produção industrial acumula queda de 3,2% no ano.
Em 12 meses, o índice também é negativo em 3,2%. A taxa representa a maior perda para o período desde dezembro de 2010 –4,8%. Naquela época, a indústria ainda não havia se recuperado da crise mundial de 2009, que abateu o consumo e os investimentos no país.
Com o ritmo atual, é praticamente certo que o setor industrial feche o ano com o mais fraco desempenho desde 2009, quando o recuo foi de 7,1%. O acumulado em 12 meses já supera a perda de todo o ano de 2012 (2,3%) e dificilmente o resultado de dezembro irá mudar essa situação.
SETORES
Pelos dados do IBGE, a forte queda no mês foi ditada pela retração dos setores de produtos alimentícios (3,4%), derivados de petróleo e biocombustíveis (1,1%), equipamentos de informática e eletrônicos (-4%), metalurgia (1,9%) e indústria extrativa (0,7%).
Por outro lado, o bom desempenho de ramos como produtos diversos (11,9%), veículos (1,2%) e farmacêutico (3,6%) afastaram a possibilidade de uma retração ainda maior.
CENÁRIO
Juros maiores, inflação mais alta, crédito em desaceleração seguraram o consumo neste ano, o que afeta a indústria.
A fraca confiança de consumidores e de empresários e a freada dos investimentos também prejudicam o setor, que sofre ainda com a concorrência de importados e estoques elevados em segmentos importantes.
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Denison Duarte – Amarante (PI)