Nessa segunda-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atribuiu os preços altos dos combustíveis ao ICMS – imposto cobrado pelos estados – e às empresas do setor. Lula criticou a falta de informação disponível para o consumidor, alegando que o brasileiro é “assaltado” pelos intermediários na cadeia de distribuição.
Atualmente, o preço médio da gasolina ao consumidor final é de R$ 6,37 por litro, de acordo com um levantamento da Petrobras. Desse valor, mais da metade corresponde aos valores repassados à estatal e aos estados.
Gasolina cara | A que mais pesa no bolso
A parcela da Petrobras é a que mais pesa no preço da gasolina, representando 34,7% do total, ou R$ 2,21. Em seguida, o ICMS responde por 23,1% do preço total da gasolina, equivalente a R$ 1,47. O valor do imposto estadual é mais que o dobro dos tributos federais, que correspondem a R$ 0,69, ou 10,8%.
A área de distribuição e revenda tem um peso de 17,6% no valor da gasolina, o que significa que as redes de postos de combustíveis são responsáveis por R$ 1,12 do valor pago pelos consumidores. O restante se refere ao custo do etanol anidro, cuja mistura é obrigatória na comercialização da gasolina nos postos.
Sindicato x Lula
Durante um evento da Petrobras, o presidente Lula defendeu que a empresa deveria buscar alternativas para baratear os preços, como a venda direta do combustível ao consumidor. “O povo brasileiro não tem as informações necessárias para que ele possa fazer o juízo de valor. Quando sai um anúncio do diesel, da gasolina e do gás, a Petrobras leva a fama e, muitas vezes, não tem culpa nenhuma”, afirmou.
Em resposta, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) rebateu as declarações de Lula em nota. José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro, afirmou que “é evidente a tentativa do governo federal em buscar culpados para o aumento dos preços dos combustíveis”. O Sincopetro ressaltou que os postos revendedores são o último elo da cadeia e são obrigados por lei a adquirir combustíveis do setor de distribuição, que é cliente da Petrobras e responsável pelo repasse de variações de custos, impostos e margens aos preços de aquisição dos postos.
Em resumo, o debate sobre os preços altos dos combustíveis no Brasil continua, com o governo federal e o setor privado trocando acusações sobre as responsabilidades pelos valores cobrados ao consumidor.
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