Dois policiais militares estão entre os sete presos na Operação Conexão Cajueiro, deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia Federal (PF), com apoio da Receita Federal e da Corregedoria da Polícia Militar do Piauí. A ação visa desmantelar uma organização criminosa transnacional especializada em contrabando de cigarros e outras mercadorias estrangeiras na região de Cajueiro da Praia, no litoral do Piauí.
Além das prisões, foram cumpridos 29 mandados judiciais em diversos estados, incluindo Piauí, Ceará, Maranhão, Pará e São Paulo. A Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores que ultrapassam R$ 250 milhões, montante relacionado às movimentações financeiras da organização criminosa.
As investigações tiveram início após o assassinato de um dos líderes do esquema em 2022, em Cajueiro da Praia. A disputa pelo controle das atividades ilegais na região é apontada como a principal motivação do crime. O indivíduo era responsável pela logística do contrabando, coordenando o descarregamento das embarcações e o transbordo das mercadorias, principalmente cigarros, para caminhões que as levavam para outros destinos no Brasil.
A operação revelou um esquema sofisticado de contrabando, com a utilização de portos clandestinos no estuário formado pelos rios Timonha e Ubatuba. Um “prático” era responsável por guiar as embarcações até os locais de desembarque, onde as mercadorias ilegais eram transferidas para caminhões. Diversas apreensões foram realizadas ao longo das investigações, incluindo cigarros contrabandeados, produtos falsificados de marcas conhecidas e dois fuzis sem numeração de série.
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, contrabando, descaminho e lavagem de dinheiro. A operação representa um duro golpe contra o crime organizado no litoral do Piauí e reforça o empenho das autoridades em combater a entrada ilegal de mercadorias no país. A PF segue investigando o caso para identificar outros envolvidos no esquema.
