Em nota divulgada nesta segunda-feira (9), o comando da Polícia Militar em Santa Catarina declarou que não colocou policiais dentro da Arena Joinville, onde torcedores do Atlético-PR e Vasco se enfrentaram no domingo (8), em respeito a uma ação civil pública do Ministério Público que pede que a Justiça proíba a participação de policiais militares “em atividades que fujam da competência constitucional da Corporação”.
“Segundo o Ministério Público, é ilegal a destinação de agentes públicos para a proteção do trio de arbitragem e de bens e instalações. Outra atividade tida como ilegal vem a ser a destinação de policiais para compor a chamada barreira que divide os torcedores. O Ministério Público entende que essa atividade é da competência dos organizadores do evento, portanto, de cunho privado, e por eles deve ser exercida”, diz texto assinado pelo coronel Nazareno Marcineiro, o comandante da PM.
Marcineiro destacou que “o comando local de policiamento se absteve de atuar naquilo que foi considerado ilegal pelo Fiscal da Lei (Ministério Público), até porque o administrador público estaria sujeito a responder criminal e civilmente ao capitanear um ato tido como ilegal pelo Fiscal da Lei”.
Segundo o comandante, a PM escalou 113 policiais militares para “policiamento ostensivo a pé, de trânsito, montado, de resgate médico, motocicletas e aéreo” e “tão logo configurou-se a quebra da ordem pública, a Polícia Militar agiu de pronto, inclusive com o resgate aéreo de torcedores feridos.
“Ao todo, aproximadamente 180 policiais militares foram empregados para a continuidade do jogo, sem registro de mais incidentes”, acrescenta a nota.
O Ministério Público ainda não falou sobre o caso. Segundo a assessoria de imprensa, uma entrevista deve ser marcada para a tarde desta segunda-feira. A ação proposta pelo Ministério Público ainda não foi julgada.
TRANSFERÊNCIA
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil em Joinville. Três torcedores do Vasco detidos em flagrante no domingo foram transferidos nesta segunda-feira (9) ao presídio de Joinville.
Eles foram indiciados por tentativa de homicídio, associação para o crime e incitação da violência, segundo o delegado Dirceu Silveira.
“Há vários outros envolvidos, e a polícia está empenhada em identificar todos os partícipes do evento”, disse o policial. A polícia recolheu filmagens da briga, e espera indiciar outros torcedores em dez dias.
Os três detidos no domingo à noite foram pegos pela Polícia Militar na saída do estádio. Um deles estava no banheiro do ônibus que o levaria ao Rio de Janeiro.
O governador Raimundo Colombo (PSD) classificou de “terrível” a briga de torcedores em Joinville e, segundo sua assessoria, determinou a abertura de uma sindicância para apurar “se houve falha no policiamento”.
Fonte: UOL
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