Pilotos e comissários de voo de companhias aéreas brasileiras entraram em estado de greve, elevando a tensão no setor aéreo e podendo impactar voos em todo o país. A medida ocorre após a categoria rejeitar a proposta patronal para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) convocou uma Assembleia Geral Extraordinária para a manhã da próxima segunda-feira, dia 29, onde os profissionais decidirão se aprovam a paralisação das atividades. O estado de greve é um indicativo de mobilização e que os serviços podem ser suspensos caso as negociações não avancem.
Rejeição apertada e nova proposta do TST
A decisão de entrar em estado de greve é reflexo de uma votação realizada entre os dias 21 e 22 de dezembro. A proposta apresentada pelas empresas, que contou com a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), foi rejeitada por uma margem mínima: 49,31% votaram contra, 49,25% a favor e 1,44% se abstiveram.
As negociações atuais abrangem exclusivamente pilotos e comissários de voo das companhias Azul e Gol. A Latam não está envolvida neste imbróglio, uma vez que seus funcionários já aprovaram, no início de dezembro, os acordos coletivos propostos pela empresa, afastando o risco de greve naquela companhia.
Principais reivindicações da categoria
Entre as demandas centrais dos aeronautas, destacam-se pontos econômicos e sociais. Na pauta econômica, os profissionais buscam:
- Recomposição salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais 3%.
- Reajuste do vale-alimentação pelo INPC acrescido de 10%.
- Melhorias na previdência privada.
- Aumento das diárias internacionais.
- Pagamento em dobro da hora noturna.
Já nas cláusulas sociais e operacionais, a categoria reivindica, entre outros, um repouso mínimo de 12 horas em hotel e a remuneração do tempo em solo. Nesta terça-feira, dia 23, o TST apresentou uma nova proposta patronal, oferecendo reajuste salarial pelo INPC mais 0,5% e aumento de 8% no vale-alimentação, texto que ainda será avaliado pelos trabalhadores.
Possível impacto nos voos e prazo legal
Caso a paralisação seja aprovada na assembleia de segunda-feira, é importante ressaltar que a greve não será imediata. Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, a legislação brasileira exige um prazo mínimo de 72 horas entre a decisão e o início efetivo da greve. Este cenário pode gerar impactos significativos em voos e na operação nos aeroportos, especialmente nos últimos dias do ano, período de alta demanda.
A situação é acompanhada de perto por passageiros e pelo setor de aviação, que espera um desfecho positivo das negociações para evitar transtornos.
Com informações da Jovem Pan
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