A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (18) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um vasto esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). A ação de hoje mirou figuras de alto escalão, incluindo o Senador Weverton Rocha (PDT-MA), que foi alvo de mandados de busca e apreensão.
Detalhes da operação e envolvimento político
A TV Globo apurou que o parlamentar maranhense é um dos focos da investigação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além das buscas na residência e/ou escritórios do senador, outras medidas cautelares foram cumpridas. O secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, ex-chefe de gabinete de Weverton Rocha, foi afastado do cargo e teve prisão domiciliar decretada, indicando uma possível conexão entre os alvos investigados.
Nesta quinta-feira, a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) executam 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas em diversos estados, como São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão e Distrito Federal. A amplitude da operação demonstra a capilaridade do esquema investigado.
O gigantesco esquema de Fraudes no INSS
As investigações da PF, iniciadas em abril com a primeira fase da operação, revelaram um esquema criminoso para realizar descontos irregulares de valores recebidos por aposentados e pensionistas do INSS entre 2019 e 2024. Os desvios, conforme as apurações, podem atingir a impressionante marca de R$ 6,3 bilhões.
O modus operandi consistia em descontar mensalidades de beneficiários do INSS como se eles tivessem se associado a entidades, sem que houvesse autorização ou conhecimento dos próprios aposentados e pensionistas. As associações envolvidas, segundo o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, ofereciam serviços inexistentes ou sem estrutura, como assistência jurídica ou descontos em academias e planos de saúde.
A PF também prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes (conhecido como “Careca do INSS” e já preso pelo esquema), e Eric Fidélis, filho do ex-diretor de Benefícios do órgão, André Fidelis.
Em abril, a crise gerada pela investigação levou à demissão do então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), que foi substituído por Wolney Queiroz. A Operação Sem Desconto continua a desvendar as complexidades de uma das maiores fraudes contra beneficiários da Previdência Social no país.
Com informações do g1
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