Especialistas alertam para o aumento do número de golpes envolvendo a clonagem de contas de WhatsApp no final do ano. Criminosos se aproveitam da época festiva, em que as pessoas estão mais propensas a fazer transferências bancárias e compartilhar informações pessoais, para aplicar golpes.
O número de golpes utilizando contas de WhatsApp clonadas tem crescido consideravelmente. Os golpistas compram números de telefone, usam fotos de perfil de pessoas conhecidas e se passam por elas para solicitar dinheiro ou informações confidenciais.
A técnica mais comum utilizada pelos criminosos é enviar mensagens urgentes solicitando transferências bancárias para familiares ou amigos. Para se proteger, é fundamental desconfiar de pedidos de dinheiro repentinos e confirmar a identidade do contato por meio de ligação ou chamada de vídeo. Outra dica importante é ativar a verificação em duas etapas no WhatsApp, o que adiciona uma camada extra de segurança à sua conta.
As autoridades recomendam que, em caso de suspeita de clonagem, a vítima siga alguns passos: reinstalar o aplicativo, avisar seus contatos sobre o ocorrido, entrar em contato com o suporte do WhatsApp e registrar um boletim de ocorrência.
Entendendo melhor os golpes com contas de WhatsApp
Para entender um pouco melhor sobre os golpes feitos por meio do WhatsApp, o TecMundo conversou com Ricardo Sordi Marchi, advogado do escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia sobre a quais procedimentos o usuário pode recorrer ao ser vítima de artimanhas desse tipo. Confira a seguir a entrevista e fique craque na hora de desviar das malandragens feitas pelo aplicativo de comunicação:
Quais são os tipos mais comuns de golpes no WhatsApp que levam as pessoas a buscar ajuda jurídica?
Ricardo Marchi: Normalmente, os golpes estão ligados à obtenção de dados e informações pessoais e financeiras arquivados em computadores e celulares. Quando as pessoas detectam prejuízos, elas buscam apoio de uma assessoria jurídica para apurar se é possível conseguir a reparação e também buscam orientações para denúncia às autoridades competentes.
Como é possível detectar um golpe feito pelo WhatsApp? Existe algum segredo que ajuda a perceber quando se trata de um link falso?
Ricardo Marchi: Primeiramente, antes de se clicar em um link, é importante que a pessoa apure se a promoção ou informação ali constantes possuem algum vínculo com empresa conhecida cujo site possa ser consultado (para conferir se esse tipo de informação é colhido por meio eletrônico). Desconfie de preços muito abaixo do mercado.
Quando a pessoa tem a assessoria de um departamento de T. I., é importante que ela o consulte para obter informações sobre os riscos existentes
Quando a pessoa tem a assessoria de um departamento de T. I. Dentro de uma empresa, por exemplo, é importante que ela o consulte para obter informações sobre os riscos existentes ao clicar em um link. Isso serve para o WhatsApp e também para eventuais emails recebidos com arquivos anexados e links para clicar.
Quais cuidados o usuário deve tomar para evitar cair nesses golpes?
Ricardo Marchi: Manter sistemas operacionais e aplicativos atualizados, não utilizando softwares piratas, por exemplo. Também um programa de antivírus atualizado pode ser usado para detectar e bloquear ameaças, assim como utilizar redes confiáveis, evitando WiFi públicos.
“Os estelionatários sempre estão buscando golpes mais apurados e inteligentes”
Ao efetuar compras, verifique a reputação do site (se existem reclamações etc.). Desconfie sempre de pesquisas e prêmios em dinheiro. Nunca forneça dados pessoais desnecessários. Sempre use a internet com o máximo de bom senso.
Se eu utilizar aplicativos antivírus no celular, posso ficar totalmente despreocupado com esses golpes?
Ricardo Marchi: Totalmente despreocupado nunca, a preocupação deve existir. Os estelionatários sempre estão buscando golpes mais apurados e inteligentes, então o melhor é que os usuários sempre sigam as regras básicas que já indicamos nas respostas anteriores.
Quais tipos de danos esses golpes podem causar para o usuário?
Ricardo Marchi: Os danos podem ser financeiros, quando há acesso a contas ou a dados de cartões, com a aquisição de bens e serviços indevidamente, ou também pessoais, quando há invasão de perfis em redes sociais, violação de informações em celulares, acesso a fotos, vídeos e até mesmo com destruição do conteúdo.
Não se pode deixar de notar que, quando há invasão de vírus em dados da rede da empresa em que o usuário trabalha, os danos podem até atingir a corporação, fato que vem sendo tratado com muito cuidado pelas empresas, com políticas severas de acesso à internet.
Caí em um golpe e acabei enviando dados pessoais. Como isso pode me prejudicar e o que eu posso fazer a respeito?
Ricardo Marchi: Se foram acessadas senhas ou dados pessoais, é importante cancelar cartões de crédito e débito para evitar compras indevidas. A instituição financeira também pode ser informada para cancelar e fazer novas senhas. Deve ser lavrado um B. O. Com o máximo de dados possível para que a autoridade policial também tente descobrir quem está por trás do crime.
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