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Possíveis vices de Tarcísio de Freitas em 2026
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) já discute, em caráter reservado, o perfil e possíveis nomes para um eventual candidato a vice-presidente em 2026, caso decida concorrer ao pleito presidencial. Essas articulações estão acontecendo em Brasília, envolvendo figuras do centrão, ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) e até mesmo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Michelle Bolsonaro é prioridade para a vaga de vice

As conversas são iniciais e ainda não configuram uma negociação concreta, visto que a escolha do vice é uma das últimas etapas do processo eleitoral. Tarcísio enfatiza internamente que só concorrerá se tiver o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro. A cautela é um fator determinante, especialmente porque o julgamento de Bolsonaro pela trama golpista está em andamento, e articulações antecipadas podem ser interpretadas como “traição” pelo bolsonarismo. O governador paulista, inclusive, já foi alvo de críticas dos filhos de Bolsonaro, Carlos e Eduardo, por antecipar a disputa pelo espólio político do pai, o que o levou a atuar mais ativamente pela anistia do ex-presidente no Congresso.
Publicamente, a assessoria de Tarcísio de Freitas afirma que ele é candidato à reeleição em São Paulo e não à Presidência, negando qualquer discussão sobre um vice-presidente. Contudo, o governador tem intensificado sua participação em pautas nacionais, articulado com a direita e promovido embates com o presidente Lula (PT), chegando a ensaiar o slogan “40 anos em 4” em um evento recente.
A prioridade para a vaga de vice, por indicação do próprio ex-presidente, é Michelle Bolsonaro. Ela é considerada “imbatível” pela direita e centro-direita por ser mulher, evangélica, carismática e carregar o sobrenome Bolsonaro. Existe ainda a possibilidade de Michelle concorrer à Presidência, caso Bolsonaro seja condenado e declarado inelegível, com Tarcísio disputando o governo de São Paulo. No momento, Michelle segue como pré-candidata ao Senado pelo Distrito Federal, um caminho que o centrão acredita ser o preferido de Bolsonaro, visando formar uma bancada forte no Senado para “mais poderes que o próprio presidente” e a possibilidade de impeachment de ministros do STF. Se Michelle optar pelo Senado, a vaga de vice se abriria para um nome sem o sobrenome Bolsonaro.
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Rogério Marinho movimenta-se para a vaga de vice
Entre os outros nomes ventilados para a composição da chapa, o senador Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional, movimenta-se para ocupar a vaga. Secretário-geral do PL, Marinho mantém boas relações com a família Bolsonaro. Apesar de afirmar que está dedicado à pré-candidatura ao Governo do Rio Grande do Norte, ele é elogiado por Tarcísio por sua “qualidade técnica e política”, além de ser visto como uma ponte com a Região Nordeste.
Tereza Cristina ganha elogios na articulação política
A ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS), também é elogiada por Tarcísio por sua “qualidade técnica e política”, e por sua capacidade de atrair o voto feminino.
Articulações do Centrão e dependência partidária
A escolha do vice também dependerá do partido de Tarcísio. Caso ele ceda à pressão e troque o Republicanos pelo PL para a disputa presidencial, o vice deve ser de outra legenda, como a federação PP-União Brasil. Tarcísio, nesse cenário, indicou que gostaria de escolher o nome sem imposições, o que é visto como um indicativo para a escolha de Tereza Cristina.
Outros interessados na vaga de vice
Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do PP, atua ativamente pela vaga de vice. Contudo, ele é visto com desconfiança por parte dos bolsonaristas devido aos cargos que o PP ocupa no governo atual e sua recusa em assinar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Nogueira, que tem boa relação com Bolsonaro, foi um dos primeiros a visitá-lo na prisão domiciliar. Segundo relatos, ele teria aconselhado Bolsonaro a indicar logo seu sucessor para que este se prepare, mas nega que haja conversas para ele próprio ser vice.
Romeu Zema (Novo-MG), governador de Minas Gerais, também demonstra interesse na vaga. Embora tenha lançado sua pré-candidatura à Presidência, em conversas reservadas, ele admitiu que talvez não haja espaço para outra candidatura de direita se Bolsonaro apoiar Tarcísio. À Folha, Zema afirmou que irá até o fim como candidato, citando uma fala de Bolsonaro de que “quanto mais candidatos a direita tiver melhor”.

Com informações da Folha
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