Loreen da Suécia vence Eurovisão com simbolismo da Ucrânia no show

A diva de Estocolmo venceu artistas de 25 outros países na noite de sábado para levar a coroa pop do continente na competição em Liverpool, no Reino Unido.

A cantora finlandesa Käärijä ficou em segundo lugar em uma batalha acirrada entre os vizinhos nórdicos.

Loreen marcou 583 pontos depois que os votos do público e do júri foram combinados, batendo por pouco Käärijä, que marcou 526.

Loreen já havia vencido o Eurovision em 2012 e é apenas a segunda artista a levar o prêmio duas vezes, depois do irlandês Johnny Logan na década de 1980. A vitória também empata a Suécia com a Irlanda como a nação com mais vitórias, com sete cada.

O Reino Unido sediou o Eurovision este ano em nome da Ucrânia, que venceu no ano passado, mas não pôde assumir o direito de realizar o concurso por causa da invasão da Rússia e da guerra em andamento.

Enquanto o Eurovision estava em andamento, mísseis russos atingiram a cidade de Ternopil, no oeste da Ucrânia, que abriga a dupla eletro-pop Tvorchi, concorrentes deste ano no concurso de música da Ucrânia. As autoridades locais, escrevendo no Telegram, disseram que o ataque atingiu armazéns pertencentes a empresas comerciais e uma organização religiosa, ferindo duas pessoas.

Tvorchi disse nesta semana que espera chamar a atenção para a luta de seu país pela liberdade.

A Orquestra Kalush da Ucrânia recebeu uma enorme onda de apoio de toda a Europa para vencer o concurso no ano passado.

Sob o slogan “unidos pela música”, o concurso de música deste ano fundiu a alma de Liverpool – a cidade portuária inglesa que deu origem aos Beatles – com o espírito da Ucrânia devastada pela guerra.

As imagens e os sons da Ucrânia percorreram o show, começando com um filme de abertura que mostrava a Orquestra Kalush, vencedora de 2022, cantando e dançando no metrô de Kiev, com a melodia tocada por músicos do Reino Unido – incluindo Kate, Princesa de Gales, exibida tocando o piano.

A própria banda de folk-rap surgiu no palco da Liverpool Arena com um par gigante de mãos estendidas, acompanhada por bateristas em massa.

Liverpool abraçou o Eurovision e a Ucrânia, com empresas em toda a cidade ostentando bandeiras ucranianas e um programa de eventos culturais apresentando aos habitantes locais a arte, música e comida do país do Leste Europeu.

Mas os organizadores disseram que recusaram um pedido do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, de fazer um discurso em vídeo para o concurso de música, citando a natureza não política do programa.

Fundado em 1956, o Eurovision é uma instituição cultural europeia que produziu estrelas emergentes – ABBA e Celine Dion são vencedores anteriores – ao lado de artistas cujas carreiras afundaram sem deixar vestígios.

Competidores das 26 nações finalistas entraram na arena no sábado em um desfile de bandeiras no estilo olímpico, acompanhado por apresentações ao vivo de artistas ucranianos, incluindo Go A, Jamala, Tina Karol e Verka Serduchka, todos competidores anteriores do Eurovision.

Agora em seu 67º ano, o Eurovision se apresenta como o maior concurso de música do mundo, uma Olimpíada de pop festeiro. Cada um dos concorrentes tem três minutos para combinar músicas cativantes e espetáculos deslumbrantes em performances capazes de conquistar os corações de milhões de telespectadores.

Loreen era a favorita dos apostadores e ganhou de longe o maior número de votos de júris profissionais no complexo sistema de votação do Eurovision.

Cerca de 6.000 fãs assistiram ao show dentro da arena, e dezenas de milhares mais em uma fan zone do Liverpool e em eventos de tela grande em todo o Reino Unido.

A audiência televisiva global foi estimada em 160 milhões.