Last updated on 4 de junho de 2025
Uma reportagem da CNN expôs um mercado ilegal de venda de dados sigilosos de aposentados e pensionistas do INSS. As listas, contendo informações detalhadas como nome, CPF, endereço, e dados de empréstimos – totalizando 46 colunas de dados – são comercializadas por empresas via WhatsApp, com pagamento por Pix. Os valores variam de R$150 por 500 contatos a R$600 por dados de um estado inteiro.
Essas informações são usadas principalmente por advogados dos setores previdenciário e bancário para captação irregular de clientes, violando o Código de Ética da OAB e a Lei Geral de Proteção de Dados. Os vendedores alegam obter os dados através de contatos dentro do INSS, com atualizações semanais ou quinzenais. Advogados confirmam o assédio constante com ofertas dessas listas.
A venda e uso desses dados são crimes. O presidente do INSS, Gilberto Waller, manifestou indignação e anunciou medidas como a restrição do acesso a dados em massa e criptografia. O INSS iniciou uma investigação interna, acionou a Polícia Federal e a AGU para apurar os vazamentos e punir os responsáveis. A origem exata do vazamento ainda é investigada, mas o acesso à listagem completa de segurados é restrito.
Cidadãos que forem vítimas ou receberem ofertas de listas devem denunciar pela Central 135, no Meu INSS ou na ouvidoria do instituto. Uma das empresas citadas, a Nexus Soluções, que alega atender mais de 700 advogados, não quis comentar o caso. Paralelamente, o INSS registrou grande número de atendimentos sobre descontos indevidos e trabalha no ressarcimento dos afetados.
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