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Cardiologista desvenda qual a conexão Mente-Coração na era da ansiedade

Dr. Victor Duque Estrada Zeitune explica quais são os sinais de alerta e lista dicas práticas para controle de estresse

Cardiologista desvenda qual a conexão Mente-Coração na era da ansiedade
Foto: Drazen Zigic / www.freepik.com 
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Nos últimos anos, a ansiedade e o estresse se tornaram companheiros de muitas pessoas. E não é só a mente que está sentindo isso, o coração também.

O que antes era visto como algo “emocional” hoje já é reconhecido pela ciência como um fator de risco para doenças cardiovasculares. O aperto no peito, o coração disparado e a falta de ar não são apenas metáforas de ansiedade: eles revelam uma conexão direta entre saúde mental e cardíaca, deixando marcas no organismo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no mundo. E hoje já se sabe que fatores emocionais e sociais, como estresse crônico, solidão e falta de apoio, podem aumentar significativamente esse risco. Em outras palavras, cuidar da mente também é uma forma de cuidar do coração.

Estresse e saúde do coração: como tudo se conecta

A relação entre mente e coração acontece por meio de sistemas biológicos que conversam o tempo todo. Quando estamos ansiosos, o corpo ativa a chamada “resposta de luta ou fuga”, liberando hormônios como adrenalina e cortisol. Esses hormônios, em pequenas doses, ajudam o corpo a reagir. Mas, quando a ansiedade é constante, esse mecanismo nunca desliga.

O resultado? O coração passa a trabalhar sob pressão: a frequência cardíaca se mantém elevada, a pressão arterial sobe e inflamações podem se instalar. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), esse estado contínuo aumenta a probabilidade de hipertensão, arritmias e até infarto.

 “O coração não entende se a ameaça é real ou apenas emocional. Se a ansiedade é diária, o coração reage como se vivesse em estado de alerta permanente”, explica o cardiologista Dr. Victor Duque Estrada Zeitune.

Estudos como o Whitehall II identificaram que mesmo após descontar fatores como tabagismo ou dieta, pessoas em ambientes mais estressantes ou com menor controle sobre suas vidas têm risco maior de desenvolver problemas cardíacos, evidenciando a relação direta entre estresse e saúde cardiovascular.

Sinais de alerta: o que é importante observar

Alguns sinais podem indicar que a mente está cobrando do coração mais do que ele deve realizar, por isso merecem atenção imediata:

  • Dificuldade para dormir ou sono interrompido, que eleva pressão arterial e aumenta risco de acúmulo de cálcio nas artérias;
  • Palpitações, taquicardia e hipertensão, consequência de respostas fisiológicas crônicas ao estresse;
  • Comportamentos de risco, como alimentação desregrada, sedentarismo, tabagismo ou consumo de álcool, formas comuns de lidar com tensão emocional

“Quando o paciente relata insônia frequente, coração acelerado sem causa aparente ou dificuldade em gerenciar emoções, já consideramos um sinal de alerta imediato para a saúde cardíaca”, destaca o cardiologista.

Dicas práticas para controlar o estresse (e proteger o coração)

Com base nas evidências e práticas médicas, o Dr. Victor Duque Estrada Zeitune traz as seguintes orientações para quem deseja controlar o estresse e manter a saúde do coração em dia:

  • Estabeleça conexões sociais reais – cultivar amizades, ter pessoas para confiar e dialogar reduz a inflamação e o estresse;
  • Durma bem – manter uma rotina de sono regular favorece a pressão arterial adequada e reduz a sobrecarga cardíaca;
  • Atividade física regular – caminhar, praticar esportes ou exercícios moderados ajudam a liberar tensões e melhorar o perfil cardiovascular;
  • Técnicas de relaxamento – meditação, respiração consciente ou terapia cognitivo-comportamental podem ser úteis;
  • Cuidado com hábitos compensatórios – evitar o uso de álcool, tabaco ou comida como válvula de escape é essencial. Adotar práticas saudáveis substitutas traz benefícios concretos;
  • Procure suporte profissional quando necessário – sobretudo diante de sintomas persistentes de ansiedade ou alterações cardiovasculares, a orientação médica e psicológica é fundamental.

“Recomendo que o paciente incorpore um momento de pausa e atenção plena ao dia a dia, mesmo que por 5 minutos, para diminuir a hiperatividade mental e acalmar o ritmo cardíaco”, acrescenta o cardiologista.

Mente e Coração: a ponte invisível da saúde

Na era da ansiedade, mente e coração estão intimamente entrelaçados e ignorar essa conexão pode colocar em risco nossa saúde integral. O estresse contínuo, seja psicológico ou social, causa respostas fisiológicas que elevam o risco de doenças crônicas, incluindo as cardíacas. Reconhecer os sinais de alerta e adotar estratégias preventivas são passos indispensáveis.Como salienta o Dr. Victor Duque Estrada Zeitune, “a conexão mente-coração é real e poderosa, entender e cuidar dessa relação é tão importante quanto tratar o coração em si.”

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