TERESINA, PI – As ruas de Teresina foram novamente coloridas pela fé e solidariedade no último fim de semana com a 30ª edição da Caminhada da Fraternidade. O evento, um dos mais tradicionais do calendário piauiense, reuniu mais de 15 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar do Piauí, em um percurso que une oração, alegria e um profundo propósito social.
A celebração começou com uma missa na icônica Igreja São Benedito, no Centro da cidade, conduzida pelo arcebispo de Teresina, Dom Juarez Marques. De lá, os “caminheiros da esperança” seguiram em um mar de gente pela Avenida Frei Serafim até o Parque Potycabana.
Um legado de amor e coragem
A caminhada é mais do que um evento anual; é o motor que sustenta um legado de transformação social. Irene, uma das pioneiras, lembra com orgulho do início, na década de 1990, quando o Lar da Fraternidade ousou acolher pessoas com AIDS, combatendo o preconceito e o medo da época. “Conseguimos diminuir o preconceito. Isso tudo a gente deve à caminhada”, relembra.
Hoje, a venda das camisas do evento ajuda a manter oito projetos sociais que atendem desde crianças a idosos em situação de vulnerabilidade, oferecendo de alimento e abrigo a cuidados com a saúde.
Fé, música e gratidão em Teresina
O percurso pela Frei Serafim foi animado pelo trio elétrico com os artistas Soraia Castelo Branco e Flávio Moura, que embalaram a multidão. No Parque Potycabana, o encerramento foi marcado por um espetáculo emocionante com o humorista João Cláudio Moreno e a Orquestra Sinfônica de Teresina, que apresentaram a “Cantata Gonzaguiana”.
Entre os milhares de participantes, histórias de superação e gratidão, como a de Deusilene, que, mesmo com dificuldades de locomoção, participa pelo terceiro ano seguido. “O milagre que Deus fez na minha vida… eu tenho que fazer isso e muito mais, só agradecer”, disse emocionada.

