"Quase ninguém lhe fará um empréstimo", disse um executivo da construção que só forneceu seu sobrenome, Xie, parado ao lado de seu Toyota LandCruiser do lado de fora de um projeto de construção que teve de ser interrompido.
Socorro. Embora estejam sendo introduzidas mudanças lentamente, os bancos estatais só têm sido autorizados a emprestar a taxas de juros muito baixas, reguladas, pouco acima do índice de inflação, além de ter o volume de empréstimos controlado por cotas trimestrais.
Por toda a China, esses empréstimos vão sobretudo para grandes empresas estatais, autoridades públicas e indivíduos politicamente bem relacionados, que depois repassam o empréstimo a taxas de juros bem mais altas para pequenas e médias empresas do setor privado que precisam de dinheiro para crescer.
Liu Linfei, um funcionário público da cidade próxima de Yulin, estava parado numa esquina de rua de Shenmu numa tarde de fim de semana recente, do lado de fora de dois hotéis cuja construção foi interrompida pouco antes da instalação das janelas. Ele disse que havia tomado 600 mil yuans, quase US$ 100 mil, de um banco pouco antes do colapso, a uma taxa de juros de 4,1% ao ano.
Liu emprestou então o dinheiro a agiotas locais a uma taxa de juros de 10,4%, planejando embolsar a diferença. Os agiotas deram o calote em Liu, que agora está tendo dificuldade para saldar o banco. "Não vou perder minha casa porque a estou pagando aos poucos com dinheiro emprestado por parentes", disse ele. / K.B.