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Bebê que teve o pé esquerdo queimado tem nova cirurgia
Um bebê que teve o pé esquerdo queimado no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra (ES), passou por cirurgia nesta sexta-feira (22) no Hospital Infantil de Vitória. Após o procedimento, ficou confirmado que uma nova cirurgia será necessária na próxima segunda-feira (25). O incidente, que gerou indignação e preocupação na família, já resultou no afastamento de profissionais de saúde e está sendo investigado por diversas autoridades.
Mãe e avó relatam desespero após incidente
A mãe do bebê José, Sara Peisino Barbosa, descreveu o ocorrido como “uma queda do céu ao inferno”. Ela foi acordada pelo choro do filho e um forte cheiro de queimado no quarto do hospital. A avó da criança, Rosilene Peisino, presenciou o momento em que a queimadura ocorreu.
Segundo Rosilene, uma enfermeira utilizou um pedaço de algodão úmido, encostando-o na lâmina de metal de um berço aquecido, o que teria gerado faíscas. O algodão, então, foi dobrado e colocado na meia do recém-nascido. Quando ela percebeu, o macacão do bebê já estava pegando fogo, e ela prontamente agiu para salvá-lo. “A sorte é que eu realmente tirei o macacão. Ele é de tricô e quando esquenta vira um plástico. Se isso tivesse continuado, ele poderia ter morrido”, contou a avó emocionada.
José nasceu de parto normal na terça-feira (19) e foi colocado na incubadora porque sua temperatura estava um pouco abaixo do ideal, em 36,2ºC.
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Estado de saúde e nova cirurgia
Após a primeira cirurgia realizada na sexta-feira (22) no Hospital Infantil de Vitória, a mãe confirmou que a parte de pele necrosada foi retirada e o pé do bebê está íntegro. Contudo, uma nova cirurgia é necessária e está agendada para a próxima segunda-feira (25). A família foi informada de que o bebê não corre mais risco de morte.
Autoridades investigam caso e afastam profissionais
O caso provocou uma série de ações por parte de órgãos fiscalizadores e da administração pública:
- Coren-ES: O Conselho Regional de Enfermagem (Coren-ES) informou que não há protocolo de Enfermagem que recomende o uso de algodão úmido para controlar a temperatura de recém-nascidos. A entidade destacou que a estabilidade térmica deve ser garantida por equipamentos adequados e medidas padronizadas. A conduta da enfermeira será avaliada com rigor.
- Hospital Jayme Santos Neves: A unidade de saúde lamentou o ocorrido e instaurou um processo interno para apurar rigorosamente os fatos, garantindo a adoção de medidas administrativas cabíveis.
- Sesa: A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) determinou o afastamento preventivo dos profissionais “potencialmente envolvidos” no incidente até a conclusão da apuração. Além disso, foi solicitada a abertura imediata de uma auditoria no setor de Auditoria da Sesa, com prazo máximo de 30 dias para apresentação de um relatório conclusivo.
- MPES: O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça Cível e da Infância e Juventude da Serra, instaurou um procedimento para apurar as circunstâncias da queimadura. Ofícios foram encaminhados à Associação Evangélica Beneficente Espírito-santense (AEBES), responsável pelo hospital, e aos Conselhos Regionais de Medicina (CRM-ES) e Enfermagem (Coren-ES) para que avaliem possíveis falhas de conduta e apliquem sanções, se cabíveis.
- Polícia Civil: A Polícia Civil informou que o caso está sob investigação da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e segue sob sigilo devido ao envolvimento de um menor.
Família espera esclarecimentos
A família do bebê José espera que o caso seja totalmente esclarecido e que possam superar este momento difícil, que, segundo a avó Rosilene, “roubou muitos momentos do nascimento do bebê”.

Com informações do site Folha de Vitória
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