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Dois adolescentes apreendidos e casal preso são suspeitos de envolvimento no assassinato em escola de Teresina

Um estudante de 16 anos foi assassinado dentro de uma escola estadual no bairro Esplanada, na zona Sul de Teresina, na manhã de quinta-feira (14). O crime, que ocorreu por volta das 10h, está sendo investigado pela Polícia Civil como uma execução ligada a conflitos entre facções criminosas. Mariano Moura, vítima fatal, foi atingido com tiros na cabeça, pescoço e tórax.

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Na madrugada desta sexta-feira (15), dois adolescentes foram apreendidos e um casal foi preso suspeitos de envolvimento no homicídio. As ações ocorreram nos bairros Residencial Torquato Neto e nas proximidades da escola. O atirador principal, identificado como A.A.P., de 17 anos, ainda está foragido, assim como um segundo suspeito.

A Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) deve realizar uma coletiva de imprensa ainda hoje para detalhar as linhas de investigação e os avanços no caso.

Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), liderado pelo delegado José Barêta, o crime foi motivado por rivalidades entre facções. Investigadores afirmam que Mariano Moura era simpatizante de uma organização criminosa rival àquela à qual o atirador e os demais suspeitos estão ligados.

A polícia descobriu, durante a análise do celular da vítima, uma foto em que ele aparece com uma arma de fabricação artesanal — equipamento comumente usado por uma das facções atuantes na região. Esse detalhe teria motivado a execução, segundo as investigações.

Testemunhas relataram que o atirador entrou na escola usando capacete e acessou o prédio pelos fundos, pulando um muro. As câmeras de segurança registraram parte da movimentação, mas o local do crime estava em um “ponto cego” do sistema de monitoramento. O delegado Barêta destacou que o suspeito pode ter contado com “informações privilegiadas” para burlar a segurança do colégio.

Dentro da escola, foram encontradas pichações com símbolos e mensagens associadas a uma facção criminosa. A polícia também apurou que alguns alunos, entre eles Mariano, utilizavam drogas em áreas não vigiadas pelas câmeras. Apesar disso, ele mantinha frequência regular nas aulas e era atleta do time sub-17 do River Atlético Clube.

Familiares da vítima contestam a versão de envolvimento com o crime. Um tio de Mariano afirmou que o adolescente “não tinha envolvimento com nada”, era “um menino que estudava e treinava”, e já recebia propostas de clubes de futebol.

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O atirador, A.A.P., tem um histórico extenso de atos infracionais. Em janeiro deste ano, foi apreendido por roubo e internado por 45 dias no Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP). Durante a internação, cometeu novos atos infracionais, como dano e ameaça. Em abril, foi alvo de novo inquérito por roubo e voltou a ser internado em maio. Recebeu liberdade assistida em 14 de julho — menos de um mês antes do assassinato na escola de Teresina.

O caso reacende o debate sobre a eficácia do sistema socioeducativo no controle de adolescentes em conflito com a lei. O secretário de Segurança Pública, Chico Lucas, afirmou que a legislação atual permite a soltura rápida de jovens envolvidos em crimes graves, o que “gera sensação de impunidade” e fragiliza a prevenção à violência.

A escola onde o crime ocorreu fica próxima à Vila Irmã Dulce, área com forte atuação de organizações criminosas. Na semana anterior ao assassinato dentro da escola em Teresina, agentes de segurança realizaram palestras no colégio sobre prevenção ao uso de drogas e ao envolvimento com facções, como parte de ações preventivas.

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