Last updated on 9 de junho de 2025
Na manhã desta quinta-feira (05), a Polícia Civil do Piauí prendeu o filho e um irmão do homem acusado de assassinar a advogada Valdenice Gomes Celestino Soares. As prisões ocorreram durante a Operação Cupiditas, deflagrada em Paulistana (PI) e Goiânia (GO). O crime, ocorrido em 03 de março deste ano, teria sido motivado por disputas familiares relacionadas à divisão de bens.
Operação Cupiditas: prisões em Paulistana e Goiânia
A ação policial resultou no cumprimento de sete mandados de busca e apreensão, sendo quatro em Paulistana e três em Goiânia. Foram presos temporariamente G.S.C., filho do principal suspeito, e N.G.C., irmão do acusado. O principal investigado pelo assassinato, A.G.S., irmão da vítima, continua foragido, com um mandado de prisão preventiva em aberto. A operação contou com o apoio do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP).
Envolvimento dos investigados na fuga, mentoria e destruição de provas
As investigações indicam que G.S.C. participou da fuga do pai, sendo avistado próximo ao local do crime e em outro município no mesmo dia. Relatórios técnicos apontam que seu celular conectou-se ao mesmo ponto de internet usado por A.G.S. na localidade do crime, contradizendo seu depoimento à polícia.
N.G.C. é investigado como o mentor intelectual do crime. Há indícios de que ele teria pressionado A.G.S. por mensagens, cobrando uma “solução” para o conflito com Valdenice. A polícia apura se a arma utilizada no homicídio foi enviada por N.G.C. de Goiânia. O desaparecimento do celular da vítima também é investigado, com a hipótese de destruição ou ocultação de provas pelos investigados.
O crime: emboscada por disputa de herança e ameaças anteriores
Valdenice Gomes Celestino Soares foi assassinada a tiros em 03 de março, na zona rural de Paulistana, quando retornava de sua propriedade. Ela estava acompanhada da irmã e do neto, após consertar uma cerca que A.G.S. frequentemente danificava. O motivo do crime está ligado a conflitos pela divisão de bens da família, sendo Valdenice a inventariante no processo.
Testemunhas relataram ameaças constantes dos irmãos da vítima. Familiares apresentaram áudios e mensagens atribuídas a N.G.C., com frases como: “isso não se resolve na Justiça, mas sim na bala”. O companheiro da advogada também relatou uma tentativa de homicídio sofrida em 2021 por parte dos irmãos.
OAB Nacional cobra justiça pela morte da advogada
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) manifestou repúdio pelo assassinato da advogada. Em nota, assinada pelo presidente Beto Simonetti, a entidade cobrou justiça, a resolução do caso e reforçou a necessidade de medidas para a proteção da advocacia. O CFOAB destacou que a região do crime possui altos índices de violência contra a mulher, evidenciando a urgência de políticas públicas eficazes.
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