Quase 30% da população brasileira não possui conhecimento sobre investimentos, mas têm o desejo de aplicar seu dinheiro de forma lucrativa. Essa constatação revela um cenário desafiador em que muitas pessoas estão em busca de alternativas financeiras para garantir um futuro mais seguro. No entanto, a falta de familiaridade com o universo dos investimentos pode gerar insegurança e dificultar a tomada de decisões assertivas.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em parceria com a VR revelou que pelo menos 38% dos trabalhadores brasileiros demonstraram interesse em realizar algum tipo de investimento ao longo de 2023. No entanto, o estudo constatou que 76% dos entrevistados não possuem qualquer tipo de aplicação financeira, o que representa cerca de três em cada quatro trabalhadores.
Entre aqueles que já investem, 68% afirmam que provavelmente farão novos aportes no decorrer do ano. Já no grupo dos que ainda não deram início aos investimentos, esse percentual cai para 29%. A pesquisa também revelou que 25% dos trabalhadores enfrentam dificuldades para entender assuntos financeiros.
Além disso, foram avaliados os níveis de educação financeira dos entrevistados, constatando-se que 43% deles já se endividaram por comprarem sem pensar. Neste contexto, é essencial contar com informações claras e acessíveis, que capacitem os indivíduos a compreenderem melhor as diferentes modalidades de investimento, seus riscos e possibilidades de retorno.
Qual o perfil do investidor brasileiro?
De acordo com relatório sobre o perfil do investidor brasileiro, realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha, 5% dos investidores optam por fundos de investimento e títulos privados, enquanto somente 3% escolhem títulos públicos e ações. De maneira surpreendente ou não, 23% ainda aplicam seus recursos na poupança, mesmo diante de opções de investimento mais rentáveis.
Além disso, a pesquisa revelou que 69% da população brasileira ainda não investe, atribuindo essa dinâmica a fatores como desemprego, falta de dinheiro, insegurança e inflação. Outro dado importante é que 72% dos indivíduos afirmam não conhecer qualquer tipo de produto financeiro, o que demonstra a necessidade de mais educação e informação sobre o mercado de investimentos.
Especialistas destacam que, considerando a atual taxa de juros, investir em títulos do Tesouro Nacional é uma opção com rentabilidade superior à poupança, inclusive nos títulos pós-fixados, considerados os mais seguros. Assim, percebe-se que o alto percentual de investidores na poupança reflete a falta de embasamento para optar por alternativas mais vantajosas.
A pesquisa avaliou ainda o conhecimento dos brasileiros em conceitos básicos de finanças, como inflação e juros. Os resultados mostram que, nas classes A/B (maior renda), aproximadamente 74% tiveram um desempenho satisfatório, enquanto nas classes C, o índice de acertos foi de cerca de 60%, e nas classes D/E, apenas 45%.
Os números demonstram a necessidade de promover a educação financeira, com consultorias e profissionais do mercado, por exemplo, para auxiliar as pessoas no processo de investimento e superar a insegurança no momento de planejar as suas aplicações no curto, médio e longo prazo.
Orientações de melhores práticas para os investidores
Instituições financeiras, entidades reguladoras do mercado, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e publicações especializadas em finanças oferecem orientações valiosas sobre as práticas essenciais para os investidores, incluindo a elaboração de uma carteira recomendada. Essa estratégia consiste em uma seleção de ativos financeiros, como ações, títulos, fundos de investimento e outros instrumentos, escolhidos por especialistas com base em análises e projeções do mercado, a fim de proteger o patrimônio investido.
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Ao iniciar uma jornada de investimentos, é fundamental seguir um processo estruturado e voltado para o longo prazo. Embora possam surgir obstáculos no caminho, adotar a abordagem correta pode levar a retornos satisfatórios.
Um elemento-chave nesse percurso é realizar uma análise abrangente do perfil de risco, considerando a situação financeira atual, os objetivos individuais, a composição do patrimônio e a renda disponível. Essa avaliação minuciosa permite criar um plano de investimento realista, que oferece segurança e confiança ao investidor.
Vale ressaltar que investir é um processo contínuo, que requer revisões periódicas para acompanhar as mudanças de cenário e ajustar a estratégia. Isso garante uma atitude consistente e alinhada aos objetivos estabelecidos. A busca por conhecimento e a consulta a profissionais especializados também são práticas importantes para orientar os investidores em sua jornada financeira.
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