Um relatório sobre as finanças dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro aponta um faturamento recorde em 2024, mas também um aumento preocupante no endividamento. O documento, intitulado “Convocados Outfield”, destaca a necessidade de maior transparência e governança na gestão do futebol.
Faturamento recorde, mas endividamento também cresce
Os clubes da Série A registraram uma receita total de R$ 10,2 bilhões em 2024, com uma média de R$ 510,3 milhões por equipe. O crescimento foi impulsionado por receitas comerciais, como patrocínios e publicidade, além da venda de atletas.
Em contraponto, os altos investimentos levaram a um crescimento de mais de 30% nas dívidas dos clubes. O relatório critica o modelo associativo e a falta de responsabilização de dirigentes pela má gestão financeira.
Ranking de gestão: Flamengo e Palmeiras na ponta; Corinthians e Atlético-MG preocupam
Flamengo e Palmeiras obtiveram as melhores avaliações de gestão no relatório. Na outra ponta, Corinthians, com dívida próxima a R$ 2,5 bilhões, e São Paulo, com endividamento perto de R$ 1 bilhão, não foram bem avaliados.
Atlético Mineiro, com dívidas estimadas em mais de R$ 2,3 bilhões, e Vasco foram reprovados. As projeções indicam que o Atlético-MG levaria 22,5 anos para quitar suas dívidas, enquanto o Vasco levaria 21,9 anos.
Casas de apostas impulsionam patrocínios
Uma fonte significativa de receita em 2024 veio dos patrocínios de casas de apostas, que totalizaram R$ 790 milhões. Este valor representa 28% de toda a receita comercial dos clubes e 7% da receita total.
Folha de pagamento consome 50% de toda a arrecadação
Os gastos com salários foram expressivos. Ao todo, os clubes da Série A desembolsaram R$ 5,1 bilhões com folha de pagamento, o que corresponde a exatamente 50% de tudo que arrecadaram no ano.

