As mulheres nordestinas, pouco escolarizadas e jovens, estão entre as pessoas consideradas em idade ativa mais desalentadas do Brasil. Ou seja, desistiram de procurar uma vaga no Mercado de Trabalho por terem perdido a esperança. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) , divulgados na manhã desta quinta-feira (20).
Os dados apontam ainda que metade dos que deixaram de procurar emprego por conta do desalento possui apenas o Ensino Fundamental incompleto. Geograficamente, o Nordeste é a região com o maior problema, ficando com 60% do total nacional.
Em 2016, pouco mais dos 14% que passavam do desemprego à inatividade faziam por conta do desalento. Em 2018, exatamente no 2º semestre, essa proporção alcançou 22,4%, dado que aponta que a permanência no desemprego por longo período está fazendo com que muito mais pessoas desistam de procurar emprego, fator que também está associado à uma taxa de desocupação elevada na economia.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que no segundo trimestre deste ano, o Mercado de Trabalho obteve uma trajetória de recuperação muito lenta, o que reflete o baixo dinamismo da economia do país. Ainda conforme o instituto, o cenário de emprego no Brasil vem se deteriorando, embora a taxa de desemprego tenha recuado e os rendimentos reais estejam em crescimento.
O tempo de permanência no desemprego tem aumentado, mesmo com o recuo do número de desocupados. Nesse cenário, o tempo de procura por emprego é maior que dois anos. No segundo semestre de 2018, o percentual foi de 24%, enquanto nos mesmos trimestres de 2016 (20%) e 2017 (22%).
O maior crescimento da população ocupada é oriunda do setor informal, o que, segundo a análise, indica uma retomada do emprego em condições abaixo das desejáveis.