Na verdade, as vantagens evolutivas da monogamia para os machos são tão claras que os dois estudos chegaram a conclusões divergentes sobre qual benefício é maior. Segundo a pesquisa publicada na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos EUA, proteger a vida da prole é o maior benefício da monogamia. Já o estudo publicado na revista Science concluiu que o maior benefício consiste em manter a fidelidade da parceira.
Ambos os estudos confrontaram um dilema: como os mamíferos machos podem ter muito mais crias do que as fêmeas a cada temporada reprodutiva, seria razoável supor que procriar com uma só fêmea seria menos vantajoso evolutivamente para o macho do que espalhar seus genes indiscriminadamente.
O estudo da Proceedings, que analisou 230 espécies de primatas, conclui que a proteção da cria é o maior benefício. Mantendo-se próximo da parceira, o macho reduz o risco de infanticídio. Embora o estudo tenha examinado apenas primatas não-humanos, o raciocínio tem ressonância entre humanos, já que crianças que crescem sem o pai em casa têm mais propensão a morrerem na infância, segundo estatísticas do governo.