Brasil 2019

Inovação no setor público para diminuir os entraves da burocracia

Educação

Janguiê Diniz*

Falar em administração pública, no Brasil, é quase sempre falar em lentidão, morosidade, burocracia e entraves. É raro ver algum serviço que funcione de forma adequada. Reclamações não faltam; problemas, também. Apesar de vivermos em uma sociedade extremamente digital, o setor público ainda está preso a velhas tradições e regras do século passado, com processos  arcaicos analógicos e sem o uso correto das novas tecnologias. A inovação, que deveria ser palavra de ordem, parece estar esquecida.

As demandas da população têm aumentado em número e diversidade, o que exige da gestão pública investimentos no desenvolvimento de novas soluções, que possam atender ao público de forma mais ágil, objetiva e com economia. Uma equação que pode ser complicada, mas necessária. Não se pode, no entanto, continuar agindo como 10, 20 anos atrás. É verdade que já vemos uma série de iniciativas para tornar o setor público mais célere e menos amarrado, mas ainda há muito a se fazer.

A quantidade de assinaturas, carimbos, cópias e autenticações exigidas para determinados processos chega a ser absurda. Some-se a isso a falta de compromisso de muitos servidores, protegidos pela estabilidade do serviço público, que não se preocupam de fato em prestar um bom serviço. Por isso, processos se acumulam em gabinetes, pessoas esperam anos por respostas e nada anda.

Por que não, por exemplo, informatizar um órgão e transferir todos seus processos para o meio digital, em vez de exigir uma série de documentos impressos, copiados e reconhecidos em cartório – o que só gera gasto de tempo e dinheiro ao contribuinte? Isso é possível ao menos nos grandes centros, onde o acesso a tecnologia é mais disseminado, e ajuda a desentravar o andamento do setor.

Mas inovação não passa só por digitalização. É preciso que se crie processos otimizados, econômicos, com sistemas e produtos que facilitem a vida dos dois lados do balcão de atendimento. Um grande problema que vejo é a falta de gestores capacitados e voltados para a inovação. Se não há pessoas em cargos de liderança que têm um pensamento disruptivo, dificilmente o local promoverá inovações. E a inovação deveria ser uma prioridade da administração pública, uma vez que pode gerar economia para os  cofres do erário.

Assim como a iniciativa privada, o serviço público também precisa estimular a inovação interna, partindo dos funcionários. Isso porque são os servidores que lidam mais diretamente com o atendimento ao público, por exemplo, que sentem mais as dificuldades. São eles que, se estimulados, podem sugerir mudanças, aperfeiçoamentos e inovações. Para isso, é preciso que esses trabalhadores sejam impelidos a pensarem fora da caixa e sair do piloto automático. Ter centros ou grupos de inovação pode ser uma saída para aplicar melhorias aos órgãos.

Fato é que, em pleno século 21, não podemos mais ignorar os avanços tecnológicos, nem as oportunidades que eles oferecem. Se queremos um setor público eficiente, é imprescindível que ele  saia do lugar comum e comece a  pensar  em inovar, sempre. Mais do que pensar, é preciso colocar as ideias em prática.

*Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com

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