A morte do idoso Manoel Cícero, conhecido por Manoel Couro de Bode, residente no bairro Vila Nova, ocorrida na noite deste sábado, 6, retrata a precariedade do Hospital de Amarante.
Relatos apontam que o paciente, passando mal, chegou caminhando em busca de atendimento e logo foi informado que não havia nenhum médico na instituição. Mesmo assim, após certo tempo de espera do lado de fora, o idoso desmaiou e logo foi conduzido ao hospital de Regeneração, sem condições de ser socorrido.
Entrevistado pelo portal Somos Notícia, o diretor do hospital de Amarante, Francisco Nunes Neto, afirmou que não havia ainda tomado conhecimento da morte do Sr. Manoel, e ratificou que realmente não havia médicos nos hospital.
“Nós temos apenas dois médicos, Dr. Hugo e Dr. José Dias. Um trabalha nas terças e outro nas quartas. Nos demais dias da semana não temos um profissional sequer”, afirmou Francisco Nunes Neto.
Hospital de Amarante em decadência
De acordo com informações do diretor, outros dois médicos atendem nos finais de semana de forma voluntária. “Dr. Miranda e Dr. Agenor não estão recebendo nada pelos atendimentos que vêm fazendo no hospital de Amarante nos finais de semana.”
Nos últimos meses, o hospital de Amarante perdeu cinco dos sete médicos. “O secretário estadual levou cinco médicos daqui e nos deixou nessa situação. Dos médicos transferidos, um foi para o município de Regeneração e os demais para o Hospital Getúlio Vargas (HGV), em Teresina.”
Em agosto, em razão da escassez de profissionais em Amarante, o então secretário estadual de Saúde, Mirocles Veras, firmou um acordo com o hospital que, segundo o diretor, foi descumprido. “Ele me orientou a procurar profissionais para atenderem na instituição, eu fiz isso, mas no final de outubro, os médicos me disseram que não iam mais trabalhar sem receber pagamento, o secretário não me passou o recurso para pagar esses profissionais”
Apesar da situação, o atual diretor afirma que não vai “abandonar o barco”. “Até o mês de maio, as coisas funcionaram bem, mas de junho para cá tudo desandou. Tiraram os médicos e não pagaram os terceirizados. Nós estamos de mãos atadas porque quem paga médicos é o estado e não podemos fazer nada diante tamanha precariedade. Mesmo assim, vamos permanecer até o fim da gestão, no sentido de não abandonar esta Casa.”
Edição e postagem: Denison Duarte