Em uma palestra realizada nesta quarta-feira (05) no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, Dr. Agenor de Almeida Lira, médico da Equipe de Saúde da Família (ESF) de Amarante, destacou a crescente gravidade da dengue, especialmente após a perda pessoal recente de seu neto e sua filha Laysa Lira para a dengue hemorrágica.
O objetivo
A apresentação foi destinada aos profissionais de Saúde, especificamente Agentes de Endemias e Agentes Comunitários de Saúde, como multiplicadores da informação. O objetivo, de acordo com informações, foi conscientizar a população sobre os perigos atuais da doença, particularmente a dengue do tipo 3, que tem causado mortes rápidas e graves.
Mudanças significativas nos sintomas
De acordo com Dr. Agenor, os sintomas da dengue sofreram mudanças significativas. “Antigamente, a dengue era caracterizada por dor de cabeça, febre e moleza no corpo. Atualmente, os sintomas são mais gastrointestinais, incluindo náuseas, vômitos, dor de barriga e dor no estômago”, explicou. Ele destacou que o vírus tipo 3, que sofreu mutações, tornou-se extremamente agressivo, levando a óbitos em curto espaço de tempo, como no caso de seu neto, que faleceu em três dias, e sua filha, que morreu em apenas 24 horas.
Vacinas eficazes | Inexistência
O médico ressaltou, sobretudo, a inexistência de vacinas eficazes no Brasil para os tipos mais graves da dengue. “As vacinas disponíveis cobrem apenas os tipos 1 e 2. Não há tratamento específico para a dengue; a hidratação intensa é necessária para tentar salvar o paciente”, afirmou.
O palestrante alertou ainda que pessoas com imunidade baixa, devido a condições como anemia, dietas restritivas, câncer, AIDS, leucemia, entre outras, são mais vulneráveis ao tipo 3 da dengue.
A prevenção como ponto central
A importância da prevenção foi ao mesmo tempo um dos pontos centrais da palestra. Dr. Agenor enfatizou o papel crucial dos agentes comunitários de saúde e de zoonoses na fiscalização e eliminação de focos do mosquito. Ele citou casos específicos de focos de dengue, como piscinas abandonadas e tampas de garrafas, que contribuíram para a proliferação do mosquito.
“Solicitamos maior vigilância e ações enérgicas para prevenir a proliferação do mosquito da dengue em áreas residenciais, especialmente em propriedades fechadas e abandonadas”, apelou Dr. Agenor.
O chamamento aos profissionais | Luciana Noleto
A enfermeira Luciana Noleto, coordenadora de Imunização do município, em apoio ao médico, atuou como co-palestrante, reforçando a orientação dada por Dr. Agenor Lira e o apelo feito por ele aos servidores. Ao Somos Notícia, ela resumiu, no entanto, o objetivo do evento.
“O objetivo da palestra de hoje foi um chamamento aos profissionais de saúde, em especial aos agentes de endemias e agentes comunitários de saúde que trabalham diretamente nas visitas domiciliares quanto aos cuidados com os criadouros dos mosquitos da dengue e também sobre o comportamento do mosquito que causa a dengue e os riscos a que estamos expostos com a forma grave da doença”, destacou.
A palestra do Dr. Agenor de Almeida Lira foi considerada, portanto, pelos servidores da Saúde de Amarante, como um alerta essencial para a população sobre a necessidade urgente de prevenção e vigilância contínua contra a dengue, visando evitar novas tragédias familiares e comunitárias.
Fotos: Gisele Duarte | Instagram: @giseleduarte_
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