Uma empresa de tecnologia que presta serviços a bancos e instituições financeiras vinculadas ao Banco Central (BC) foi alvo de um ataque hacker nessa terça-feira (1). O incidente resultou em um prejuízo estimado em mais de R$ 1 bilhão, conforme informações divulgadas.
Os cibercriminosos invadiram a infraestrutura da C&M Software, uma prestadora de serviços essenciais para entidades do setor financeiro, e conseguiram acesso às contas de clientes da empresa, como a da BMP, que opera como uma “banking as a service”. O Banco Central foi prontamente notificado do ataque pela C&M Software, que desativou seu sistema logo após a identificação da invasão. A C&M Software desempenha um papel crucial ao facilitar a interação de bancos e fintechs com o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SBP), incluindo infraestruturas de pagamentos como PIX, TED e boletos bancários.
Contas de clientes finais não foram afetadas
Apesar da magnitude do prejuízo estimado, a BMP assegurou que as contas de seus clientes finais não foram comprometidas. Segundo a empresa, os valores estavam em contas reserva mantidas no Banco Central, utilizadas exclusivamente para liquidação interbancária. É importante ressaltar que o próprio Banco Central não foi o alvo direto do ataque.
O caso está sendo minuciosamente investigado pela Polícia Federal e pelo Banco Central, que trabalham em conjunto para identificar os responsáveis pelo crime e determinar a extensão real dos desvios.
Possível maior ataque hacker da história do Brasil
Se os desvios confirmarem o valor de mais de R$ 1 bilhão, este ataque poderá ser considerado o maior prejuízo já provocado por uma ação hacker no Brasil. Um caso notório anterior foi o ataque ao Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), em 2024, que resultou no desvio de cerca de R$ 15 milhões, uma quantia significativamente inferior à recente invasão sofrida pela C&M Software.
